Crise devastadora – A destruição do Brasil

Por Saramar Mendes – Poeta

Mais profunda que a crise econômico-política, é a certeza crescente dos cidadãos sobre o desmoronamento ético e moral das autoridades. Esta certeza nunca foi tão intensa, tão grave, tão preocupante neste nosso pobre país.
A impressão que temos é que, quanto mais o país afunda no abismo econômico, mais os políticos e as autoridades se tornam amorais. É como se o país estivesse em guerra e a sobrevivência individual fosse o objetivo único, que supera as noções de decência, sociedade ou pátria.
Ao lado do desvendamento da roubalheira na Petrobras, que envolveu os maiores empresários do país e tantos políticos e seus assessores – que já nem mais conseguimos enumerar – todos os dias, os cidadãos tomam conhecimento de dezenas de denúncias sobre governadores, prefeitos, parlamentares e seus cúmplices da iniciativa privada, parentes e agregados em todos os níveis envolvidos com o roubo do dinheiro público, seja dos recursos para reconstruir cidades destruídas pela chuva, seja da merenda de crianças miseráveis no Maranhão, seja do esquema de iniciar obras públicas e deixá-las pela metade; seja, seja, seja…
Os exemplos de conduta criminosa dos políticos são inumeráveis e graves. A dificuldade para julgá-los, condená-los e, principalmente, mantê-los na prisão parece ser insuperável.
Constrangedor e chocante para os cidadãos que sustentam todos estes bárbaros é saber que, além de roubar o erário, eles detêm o poder de vender o que não lhes pertence. É outra forma de roubo que pode ser caracterizado como estelionato, segundo o benévolo código penal brasileiro.
O exemplo mais contundente, mais violento da amoralidade dos políticos, que nos últimos dias está batendo na cara dos brasileiros, é a descarada e abjeta repartição das entidades governamentais da república entre aqueles que, ao comprar cargos de um governo moribundo, vendem a própria sobrevivência do país. De tão nojenta, a prática de compra e venda atual está sendo repudiada até por aqueles acostumados a se vender.
Até onde chegará a cúpula do poder deste país em sua queda?
Até quando os cidadãos suportarão assistir o cotidiano espetáculo imoral protagonizado por aqueles que fingem ser representantes, quando nada mais são que vândalos a destruir o Brasil?

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JORGE RORIZ