Dario Messer o “doleiro dos doleiros” quer fazer delação

Procurado pela Interpol desde maio, quando a Polícia Federal no Rio deflagrou a Operação Câmbio, Desligo, doleiro Dario Messer, que se encontra foragido, quer agora negociar um acordo de delação com as autoridades brasileiras. Conhecido como o doleiro das estrelas e ‘doleiro dos doleiros’, a simples menção sobre a possibilidade de firmar um acordo de colaboração por parte de Dario Messer, notícia divulgada neste domingo pela Folha, pode mergulhar o país em mais um escândalo de proporções internacionais.

Segundo o advogado de Messer no Brasil, José Marcondes de Moura,“Dario está aberto e quer falar tudo o que sabe, mas não quer ter a faca no pescoço”. O foragido construiu um currículo invejável no obscuro mundo do mercado financeiro ilegal. Acusado de ter coordenado um esquema que movimentou mais de 1,6 bilhão de dólares em 52 países, ele foi chamado pelo colega de profissão e delator Alberto Youssef de “o doleiro dos doleiros” no Brasil. Toninho Barcelona, outro gatuno das transações por baixo dos panos, disse que ele era “o principal doleiro do Partido dos Trabalhadores”.

Segundo informações do Ministério Público Federal, Messe teria movimentado mais de1 bilhão de dólares em transações ilícitas. É difícil mencionar um escândalo de corrupção brasileiro no qual Messer não tenha ajudado a azeitar as negociações e pagamentos. Durante o mensalão foi acusado de receber dólares petistas em uma de suas empresas offshore localizada no Panamá. Em troca, repassou quantia equivalente a uma conta no Banco Rural que seria utilizada pelo PT e pelo PP.

Dario Messer tem moradia fixa atualmente no Paraguai, para onde se mudou quando a operação Lava Jato começou, em 2014. Escondido em local incerto, o doleiro estaria disposto a negociar sua extradição rápida para o Brasil para firmar um acordo de delação com as autoridades locais. Poderoso, Messer estaria impondo como condição não ser preso. Pode ser o início de mais uma temporada de escândalos com proporções ainda maiores do que os casos revelados pela Operação Lava Jato. No caso do PT, a combinação do acordo de delação já homologado do ex-ministro Antonio Palocci, a delação de Messer pode significar o fim do partido.

Com informações na Folha

JORGE RORIZ