Governo Dilma confessa, por meio do ministro Jaques Wagner, o crime fiscal que rendeu a eleição: O deficit pode chegar a 70 bilhões.
Desemprego é o maior para setembro em seis anos
TEXTO DE FELIPE MOURA – VEJA
“Para zerar pedaladas, governo terá de assumir déficit acima de R$ 50 bi”.
Diz a reportagem:
“A equipe econômica ainda discute a forma de limpar as contas públicas do efeito das pedaladas fiscais (atraso no repasse de recursos devidos aos bancos públicos).”
Ou seja: discute abertamente a forma de limpar a cena do crime e sair impune.
“Se optar por zerar as pedaladas ainda este ano, para atender recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), terá que assumir um déficit no Orçamento superior a R$ 50 bilhões, segundo cálculos dos técnicos.”
Ou seja: o governo não quer sentir na pele as consequências do crime que cometeu.
“A revisão da meta fiscal de 2015 será encaminhada ao Congresso nesta quarta-feira, mas ainda estão sendo negociados mecanismos para regularizar os atrasos sem um impacto tão grande no resultado primário do governo este ano.”
Ou seja: o governo tenta negociar o pagamento de uma dívida criminosa de modo a favorecer a si próprio mais uma vez.
“— Podemos ter um déficit acima de R$ 50 bilhões, dependendo das frustrações das receitas e dos pagamentos das ‘pedaladas’ — disse uma fonte da equipe econômica.”
Ou seja: não é só o Lula.
O governo reconhece que cometeu crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal – e este, sim, deveria ser o título da reportagem, cujo viés econômico veio apenas mascarar sua gravidade política.
A impunidade no Brasil é assim: começa e se reforça com a imprecisão da linguagem, não raro consequência de voluntária sonsice.
Como é possível exigir uma democracia madura, com respeito às leis, se jornalistas transformam confissões de crimes em meros cálculos financeiros?
Resultado: o cidadão paga duas vezes, como tuitei dois dias atrás.
“Lula, o pai do mensalão, do petrolão e das pizzas, disse que dorme com a consciência tranquila – o que, sendo verdade ou mentira, só depõe contra o nível moral de sua suposta consciência” ( Felipe Moura)