O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelos processos da Operação Zelotes. determinou nesta sexta-feira, 15, que a empresária Cristina Mautoni, acusada de integrar esquema de compra de medidas provisórias no governo federal, deixe de cumprir prisão domiciliar e passe para o regime fechado.
Cristina, inicialmente fi condenada ao regime fechado, mas como se recuperava de uma cirurgia, ficou no regime aberto. Exames de uma junta médica, solicitados atestaram as condições de saúde da acusada para seguir para o regime fechado. Ela é mulher e sócia do lobista Mauro Marcondes Machado, atualmente preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Mauro também é suspeito de operar o suposto pagamento de propinas a agentes públicos para viabilizar as medidas provisórias.
Numa eventual delação, o lobista poderá contar detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mauro Marcondes completa 80 anos em 9 de abril e deve se valer de benefício que prevê, a partir dessa idade, que a prisão seja em regime domiciliar. Cristina Mautonim esposa dele, tem 53 e não pode contar com esse benefício.
Podval, advogado de Mauro, afirmou que o delegado visitou o lobista sem avisar a defesa, munido do resultado dos exames. “(Ele) foi sem meu conhecimento ao presídio e chantageou nosso cliente, dizendo que, caso não fizesse a delação, prenderiam sua mulher”, acusou.
“Fui até a PF e avisei ao delegado que não vou tolerar essa conduta”, acrescentou Podval.
O defensor contou ter recebido uma ligação na terça-feira,12, do procurador da República Frederico de Carvalho Paiva, pedindo uma conversa. “Fui até o gabinete e ele (Frederico) propôs uma delação. Avisei que ele (Mauro Marcondes) tinha sido ameaçado pelo delegado. Ele (Frederico) fez que não era com ele e propôs um acordo”, relatou o advogado.
Fonte: Estadão