A destruição da Petrobras

 

A estatal voltou a valer o que valia no ano em que o PT ascendeu ao poder. Fica assim evidenciada a relação direta entre a gestão ruinosa do partido e a destruição de valor.

A nova queda sofrida ontem pela Petrobras é carregada de simbolismo. A empresa passou a valer no mercado o mesmo que valia no ano em que o PT ascendeu ao poder. Fica evidenciada, de uma vez por toda, a associação direta entre a gestão ruinosa adotada pelo partido – tanto na estatal quanto no país como um todo – e a destruição de valor. 

Em termos nominais, os papéis da Petrobras caíram ontem ao menor nível desde novembro de 2003, o primeiro ano de Lula como presidente da República e de Dilma Rousseff como presidente do conselho de administração da companhia. Descontada a inflação, as ações passaram a valer tanto quanto valiam no fim do século passado. É o custo de 13 anos de desmanche.

Em apenas duas semanas, a Petrobras derreteu 27%. Um dos fatores é a baixa voraz das cotações mundiais de petróleo, acentuada pela volta do Irã, sétimo maior produtor global, ao mercado. Mas a situação da companhia brasileira é ímpar e o valor da estatal tem caído muito mais que o de suas congêneres internacionais. A petroleira brasileira está mais cara, além de representar risco muito maior, agravado pela má gestão e pela corrupção que o PT nela inoculou.

As ações da estatal valem hoje 14% do que chegaram a valer em 2008, na auge da euforia e do ufanismo petista em torno das “maravilhas” do pré-sal e de mentiras vendidas pela cara propaganda oficial, como a da autossuficiência na produção de petróleo e derivados. Ou seja, oito anos atrás a Petrobras valia sete vezes mais do que vale hoje.

É comum dizer que a antes maior empresa do Brasil chegou ao fundo do poço. Não mais. Ninguém mais sabe quando a desintegração da Petrobras terá fim; com o PT, ninguém é capaz de dizer que pelo menos terá algum fim. Com as quedas recentes, a Petrobras deixou de figurar entre as 500 maiores companhias do mundo.

A empresa não consegue cumprir seu papel essencial: produzir mais, com eficiência, e gerar lucro para seus acionistas e benefícios para a sociedade brasileira. A produção cresce pouco, as metas nunca são alcançadas – a estimativa para o fim desta década caiu 33% recentemente. Sua dívida é explosiva, tornando-a a maior devedora do mundo: R$ 507 bilhões.

Superendividada, mal gerida e tomada de assalto por um grupo político, no ano passado a Petrobras foi rebaixada por todas as agências de classificação de riscos e seus papéis desceram à categoria de lixo especulativo. Com isso, as portas do mercado de crédito foram fechadas à empresa, dificultando ainda mais sua gestão e diminuindo as possibilidades de recuperação. O poço não tem fim.

Os petistas vivem dizendo que seus adversários adoram depreciar o patrimônio público para entregá-lo de mão beijada a investidores privados. Mas quem dilapidou não só a Petrobras mas também outras estatais, como a Eletrobrás, foram os governos do PT, que agora avaliam vender maciçamente ativos quando os preços estão lá em baixo e ninguém está disposto a correr riscos no mercado de petróleo. 

Na bacia das almas entram ativos como a Transpetro, a Braskem, a BR Distribuidora, refinarias adquiridas desastradamente, como Pasadena (EUA) e Okinawa (Japão), e até as outrora sagradas reservas do pré-sal. 

Sem alternativas, a estatal pode se ver socorrida pelo Tesouro, seu principal acionista, para não quebrar de vez. Isso significa que toda a sociedade brasileira pode ser chamada a pagar a conta da destruição da Petrobras pelo PT. De quebra, um possível aporte agravará ainda mais a situação da já explosiva dívida pública. 

Para se recuperar, a estatal precisa, primeiro, extirpar o cancro da corrupção que o PT incrustou nela. Em segundo lugar, tornar a ser uma empresa profissionalizada, voltada a produzir benefícios para toda a sociedade brasileira, na forma de lucros.

E, não menos importante, necessita se livrar dos abacaxis que as gestões Lula e Dilma lhes impuseram, como negócios ruinosos destinados apenas a gerar dinheiro para alimentar o PT e seus aliados.

É preciso, também, acabar com o sobrepeso decorrente das regras do regime de partilha e da política de conteúdo local – que ontem começou a ser desmontada como parte das tentativas desesperadas do governo para dar algum alento à indústria de petróleo no país.

Sem isso, riquezas que poderiam estar sendo exploradas, gerando benefícios para a sociedade, tornaram-se berço esplêndido sob o qual o país repousa, paradão, destruído pelo PT.

Fonte:  Instituto Teotônio Vilela

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JORGE RORIZ