A importância de parar: a performance depende de um favor que subjugamos – o descanso

Por Simone Cyrineu, CEO e fundadora da thanks for sharingUma pesquisa do Huffington Post mostra que 3 em cada 4 colaboradores citaram o trabalho como sua maior fonte de estresse recente. Já outro estudo, este da Project: Time Off descobriu que os funcionários que relataram que sua empresa incentiva as férias (68%) são muito mais felizes com seus empregos do que aqueles que trabalham em locais onde as férias são desencorajadas ou os gerentes são ambivalentes quanto a tirar folgas (42%). É pensando nisso que precisamos falar sobre a importância do descanso para a performance no trabalho.
Uma peça chave para promover o completo bem-estar (mental, social e físico) entre os colaboradores de uma empresa, é proporcionar um ambiente de trabalho apropriado para sua permanência e crescimento profissional. Isso porque empresas são movidas e construídas por pessoas que devem ser valorizadas, assim como suas histórias, contextos, características, singularidades, erros, acertos e, principalmente, sua saúde.
Muito se fala sobre gestão de pessoas centrada no colaborador. Afinal, são eles que movem as organizações. No entanto, parte dessa gestão é proporcionar um ambiente propício para tirar férias e para o descanso da mente e do corpo. Muitas vezes, quando não programadas e organizadas, as férias podem ser mais uma fonte de estresse aos funcionários. 

E todos nós já vivemos um fim de ano no ambiente corporativo: aumento de pressão de clientes e da liderança, metas para bater, prazos para cumprir e estresse de sobra. Por isso, a thanks for sharing lançou, junto ao Instituto Bem do Estar, o Manifesto de Férias, documento que incentiva funcionários e empresas a aderirem ao recesso de fim de ano em prol da saúde mental e física.

 

Isso tudo porque a performance no trabalho depende de um fator vital que muitas vezes subjugamos: o descanso. Ele é essencial para uma melhor saúde da mente, maior concentração e memória, um sistema imunológico mais saudável, redução do estresse, melhora do humor e até mesmo um melhor metabolismo.

 

Então, se há pouco tempo era comum gestores pensarem em permitir cada vez menos descanso e férias para suas equipes, hoje é fundamental que todos entendam o enorme valor disso para a saúde integral dos profissionais.
Quando alguém não descansa o suficiente e fica sempre adiando férias devido ao excesso de trabalho ou medo de perder o emprego, o organismo passa a comunicar de alguma forma que algo não vai bem. A pessoa pode sentir dores localizadas, perder o sono ou peso e ter dificuldade de se concentrar em tarefas que eram anteriormente realizadas quase que automaticamente. O sistema nervoso, por exemplo, começa a dar sinais de exaustão.
Não se esqueça: férias restaurativas são necessárias e não merecemos mais estresse simplesmente por aceitar esse “presente”. Outro ponto fundamental para recarregar as baterias é procurar reduzir ao máximo o uso da tecnologia voltada para o trabalho. O ideal é se desligar 100% para viver o momento presente. Se você está na praia mandando e-mails e atendendo ligações está sobrecarregando a mente e, com isso, pode intensificar o estresse ao invés de reduzi-lo.
Isso tudo faz parte de construir uma empresa psicologicamente segura aos funcionários. No entanto, é importante ressaltar que não é somente no fim do ano e ao dar recesso aos colaboradores que isso se concretiza. Existem outras estratégias que podem ser utilizadas ao longo do ano para manter essa cultura, como reconhecimento e elogios, canais abertos para feedbacks e conversas, apoio da chefia e dos colegas, visibilidade macro dos projetos e dos acontecimentos das empresas, comunicação quanto às principais mudanças, remuneração e adequação de tarefas em relação aos cargos.

 

JORGE RORIZ