A máquina de dizimar empregos

No fim de 2016 todo o ganho do mercado de trabalho conquistado desde 2011 deverá estar zerado. Os petistas passarão para a história como quem mais desempregou no país.

Fazia 23 anos que o Brasil não tinha tantos empregos eliminados. A destruição do mercado de trabalho patrocinada pelo PT só encontra precedente no governo de Fernando Collor. Em breve, os petistas já não terão concorrentes: passarão para a história como quem mais desempregou no país.

Segundo dados do Caged divulgados ontem, 1,542 milhão de empregos foram dizimados no ano passado. Isso significa 4,2 mil empregos eliminados a cada dia de 2015. Apenas em dezembro, foram fechadas 596 mil vagas. Foi o nono mês seguido de baixa.

O total de contratações caiu 18% no ano: foram 4 milhões a menos, apesar de o governo achar que “as conquistas dos últimos anos estão preservadas”. Onde?

Desde 1999, o saldo não ficava negativo. Em 2014, o desempenho do mercado de trabalho ainda era positivo, com criação de 421 mil postos de trabalho. Tão cedo isso não deve voltar a se repetir, dada a tendência de crescimento do desemprego, no mesmo ritmo do aprofundamento da recessão.

O número de empregos eliminados no ano passado anula todo o saldo positivo obtido nos dois anos anteriores (2013 e 2014). Como a perspectiva é de mais cortes neste ano, numa magnitude que deve pelo menos repetir a do ano passado, o país deve chegar ao fim de 2016 zerando todo o ganho do mercado de trabalho conquistado desde 2011.

Entre todos os setores da economia, o único que ainda gerou algum saldo positivo foi a agricultura (9,8 mil). Os demais demitiram muito mais do que contrataram. Novamente, a indústria foi o segmento que mais sofreu, com 609 mil empregos a menos – em 2014, as fábricas já haviam eliminado 164 mil vagas.

Em todos os anos do governo Dilma, a geração de empregos caiu no país em comparação com o ano anterior, até chegar à hecatombe destruidora de 2015. Para piorar, as poucas oportunidades que ainda são criadas são mal remuneradas, pagando preponderantemente menos de dois salários mínimos. O emprego no Brasil é hoje raro e precário.

Segundo outro indicador do mercado de trabalho, a Pnad Contínua, calculada pelo IBGE, 9 milhões de pessoas estão hoje em busca de emprego no Brasil. O número – relativo ao trimestre entre agosto e outubro e conhecido na semana passada – aumentou 38% nos últimos 12 meses: foram 2,5 milhões de desempregados a mais em apenas um ano.

Para complicar, quem consegue se manter empregado vê sua renda derreter. Segundo o Caged, os salários de admissão caíram 1,6% no ano passado, já descontada a inflação. Isso não acontecia desde 2003. De acordo com o IBGE, a renda do trabalhador também já havia caído 1% em outubro. Por causa também da inflação, o salário já não cabe no mês.

É consenso entre os analistas que o que está ruim vai ficar muito pior nos próximos meses. A perspectiva é de aumento do desemprego, com maior ênfase agora no setor de serviços. Entre 2014 e 2016 é possível que o número de desocupados aumente em 5 milhões, chegando a 11,4 milhões de brasileiros, segundo estudo da FGV.

O desemprego é a chaga mais dramática da crise sem precedentes que o país atravessa. Mais preocupantes ainda são os sinais de que, para tentar enfrentar a situação, o governo e o PT buscarão retomar o caminho fracassado que resultou na ruína econômica atual. Se assim for, a máquina de destruição petista continuará avançando, sem parar.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela

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JORGE RORIZ