Alexandre de Moraes bloqueia a rede preferida dos bolsonaristas

Atendendo a um pedido da Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram em todo o Brasil

A orde foi encaminhada a plataformas digitais e provedores de internet, que devem adotar em cinco dias os mecanismos para inviabilizar a utilização do aplicativo Telegram.

O fundador do Telegram, o russo Pavel Durov, disse nesta sexta-feira (18) que um problema com e-mails impediu a plataforma de receber as intimações do STF. Ele também solicitou um adiamento por alguns dias da ordem de bloqueio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF).

De acordo com uma reportagem do Programa Fantástico no último domingo, o Telegram é usado para propagar discursos de ódio, tráfico de drogas, comércio de dinheiro de falso, propaganda nazista e vendas de certificados de vacinação

No pedido encaminhado ao Supremo, a Polícia Federal diz que o aplicativo “é notoriamente conhecido por sua postura de não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diversos países.”

Ainda de acordo com a PF, o Telegram usa a “atitude não colaborativa” com autoridades “como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) distribuiu um áudio pelos grupos bolsonaristas do Telegram, onde ela pede que os usuários cadastrem seus contatos no site da parlamentar para “não perderem o contato”.

“O Telegram vai ser só o primeiro, tá? Depois disso, tudo a gente pode esperar. Então, eu, os conservadores precisamos que vocês entrem em contato conosco de alguma outra forma e essa alguma outra forma é a princípio meu site, o qual eles não podem derrubar, pelo menos por enquanto”, diz ela na mensagem.

Grupos de bolsonaristas sugerem o uso de ferramentas alternativas, como Signal e Gettr, e também trocam informações sobre possibilidades de como burlar a determinação.

Informações do Estadão.

 

JORGE RORIZ