Após quimioterapia – Tratamentos como a terapia regenerativa e microagulhamento aceleram recuperação

Outra aposta é o uso de laser não ablativo, capaz de estimular a circulação na raiz e melhorar a qualidade do couro cabeludo

Além do diagnóstico difícil, a rotina do tratamento contra o câncer provoca muitas mudanças na vida dos pacientes. Uma delas é a queda de cabelo causada pelas sessões de quimioterapia. A situação pode afetar de forma intensa a autoestima dessas pessoas. Tentando reverter essa situação, atualmente, vários procedimentos são indicados para a recuperação dos fios.

Em Salvador, a Clínica Osmilto Brandão disponibiliza os seguintes tratamentos: terapia regenerativa (que envolve o uso de plasma sanguíneo do próprio paciente), MMP Capilar (o microagulhamento), laser fracionado não ablativo e também o Revage (um capacete de LED). Todos podem, inclusive, ser experimentados de forma combinada, com intervalo de 15 dias.

Conforme pontuou a dermatologista da Clínica Osmilto Brandão Ísis Vasconcelos, o crescimento do cabelo passa por várias fases, entre elas a anágena (quando cresce forte, e doerá se for puxado, por exemplo) e também a telógena (quando está mais fraco e acaba caindo).

“Quando a pessoa está fazendo a quimioterapia, dependendo, o tratamento vai aumentar o metabolismo, inflamando a pessoa. Com isso, as nossas células da raiz do cabelo vão agir para reduzir as atividades”, explicou a médica. Uma vez instaurada a redução das atividades celulares no local, o crescimento sofre alterações, saindo da fase anágena para a telógena.

Um outro motivo para a queda dos fios tem relação com os medicamentos que são usados durante a quimioterapia. “Essa medicação que a pessoa coloca para dentro do organismo vai chegar na raiz do cabelo e vai interferir nesse processo. Os efeitos da quimioterapia também vão para as células”, completou a dermatologista.

Tratamentos

Ainda de acordo com doutora Ísis, o MMP Capilar, ou microagulhamento, é um tratamento feito com toque de agulhas, com vitaminas e outras substâncias, até a profundidade da raiz do cabelo, fazendo com que haja estimulação de circulação.

Já a Terapia Regenerativa usa o plasma do paciente. O material é colocado em um sistema fechado, enriquecido com ácido hialurônico e substâncias que mantêm a atividade dos fatores do crescimento do sangue. Uma vez processado, ele se torna um composto que estimulará o crescimento, o fortalecimento capilar e a atividade de novas raízes.

O Laser fracionado não ablativo, por sua vez, estimula a circulação na raiz, melhora a qualidade do couro cabeludo, controla a oleosidade e reduz a inflamação. Há também a possibilidade de aplicação de substâncias que estimulam o crescimento dos fios, logo após o laser e elas penetram até a raiz.

Já o Revage é um capacete de LED responsável por melhorar a circulação e a chegada dos nutrientes no couro cabeludo, além de reduzir a inflamação no local.

Antes ou depois do fim da quimioterapia?

Segundo Vasconcelos, a recomendação é que o início com um dos três tratamentos ocorra depois do fim das sessões de quimioterapia. “Neles, a gente usa medicações e, para não ter interferência de outras substâncias, como o paciente está fazendo um tratamento agressivo, não é interessante um novo tratamento. Mas a pessoa pode conversar com seu dermatologista, que fará análise do caso”.

Durante o tratamento conta o câncer, a recomendação é que a paciente lave o cabelo menos vezes possíveis e também evite amarrá-lo (a medida é para evitar que os fios fiquem ainda mais fracos). Uma outra alternativa é fazer uso de shampoos antiqueda e medicações à base de silício. De acordo com a dermatologista, essas medidas não farão com o que o cabelo deixe de cair, mas serão aliados.

JORGE RORIZ