Bolsonaro aposta no caos e fala em “invasão de supermercados”

Após disparar ofensas contra o ex-presidente Lula, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez duras críticas ao lockdown imposto por governadores e prefeitos; e até comparou o toque de recolher ao estado de sítio.

“Eu sou a pessoa mais importante nesse momento, faço o que o povo quiser, devo lealdade ao povo”, começou Bolsonaro.

O presidente disse também: “Não quer ser tratado como “mito, Messias, herói nacional, longe disso, apenas respeito, apenas entender o que eu tenho que fazer para evitar o caos”.

Na sequência, ele comparou a parábola do sapo fervido com as medidas restritivas de combate à Covid-19 e concluiu: “Assim se rouba a liberdade de um povo, é devagar, olha Brasília, estado de sítio”.

“O que está em jogo não é nem seu prato de comida, é a sua liberdade. Repito. Eu faço o que o povo quiser. Digo mais, eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas acompanham o que está acontecendo. As críticas em cima de generais, não é o momento de fazer isso”, afirmou .

“Essa crítica de esculhambar, nós vivemos o momento de 1964 e 1985, você decida aí, pense o que você achou sobre aquele período”, sugeriu Bolsonaro.

 

Até quando? Até quando nossa economia vai resistir? Se colapsar, vai ser uma desgraça. O que poderemos ter brevemente? Invasão a supermercado, fogo em ônibus, greves, piquetes, paralisações. Onde vamos chegar? Será tarde para o sapo sair da panela”, disse Bolsonaro. No discurso do presidente da República, enquanto o governo federal combate o desemprego, prefeitos e governadores estão “destruindo” a economia.

Ao falar isso, Bolsonaro de forma indireta, estimula e naturaliza essas ações. Após a pandemia o filho de Bolsonaro, colocou nas redes sociais, uma imagem antiga de saques em um supermercado como se fosse na época da postagem.

Em todos os países do mundo, ocorreu lockdown. e em nenhum ocorre saques. Diante da situação dramática que o país vive, sendo líder mundial de mortes diárias, o lockdown., é essencial para redução dos casos.

 

“Vou repetir: como é fácil impor uma ditadura. Estamos vendo municípios com guarda municipal de cassetete mantendo todo mundo dentro de casa. Imagina as Forças Armadas com fuzil. Em nome da ciência, da sua vida, você vai ficar em casa mofando. Uma pequena parcela da sociedade até pode ficar em casa mais tempo, mas a grande maioria não pode. Não pode produzir mais nada, todos vão sofrer. Eu sou o garantidor da democracia. Usam o vírus para te oprimir, para quebrar a economia — disse Bolsonaro.”