Bolsonaro é autor de uma lei que pedia o desarmamento dos fiscais do IBAMA

“Em 2013, o deputado federal Jair Bolsonaro, então no PP-RJ, apresentou um projeto de lei na Câmara que propunha desarmar todos os fiscais do Ibama e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) em ações de campo.
A proposta foi vista dentro dos órgãos ambientais como uma retaliação ao fato do agora presidenciável ter sido multado pelo Ibama por pesca irregular em Angra dos Reis (RJ), um ano e meio antes.

Na presidência, o respeito a ecologia terá apoio de Bolsonaro?

O Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 916/13, contudo, é coerente com a carreira de um militar que largou o oficialato ainda jovem para entrar na política e de lá não sair mais.

Um incidente ocorrido em janeiro de 2012 sustenta esta tese. Na época, Bolsonaro e dois dos seus filhos foram flagrados por agentes do Ibama em Angra dos Reis pescando em uma área protegida e proibida para a pesca.

O crime resultou em multa de 10 mil reais. A matéria do DCM a respeito do fato diz que meses depois do flagrante Bolsonaro protocolou um projeto para liberar a pesca artesanal na região, atendendo aos próprios interesses recreativos.

Pela justificativa do projeto, não dá para deduzir outro motivo. Bolsonaro alegou que os fiscais de meio ambiente podem solicitar o apoio da polícia quando necessário.

Por questão de bom senso, o projeto foi vetado ainda em 2013 pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Dois anos depois, Bolsonaro voltou atrás e retirou a proposição.

“Eu fui tenente feliz na vida. Quando eu construí estrada, não tinha nem Ministério Público nem o Ibama. A primeira árvore que nós derrubamos (na abertura da BR-163), eu estava ali… derrubei todas as árvores que tinha à frente, sem ninguém encher o saco. Hoje, o cara, para derrubar uma árvore, vem um punhado de gente para encher o saco”, disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

JORGE RORIZ