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Bolsonaro entra no seu 9º partido o do mensaleiro, Valdemar Costa Neto

O presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL na manhã desta terça-feira (30), em um evento com ministros, governadores, dirigentes partidários, parlamentares e muita aglomeração em meio à pandemia do coronavírus. Seu discurso foi de gestos a parlamentares e de ataques à esquerda.

O Novo partido de Bolsonaro, PL lançou vice de Lula em 2002, fundiu-se ao Prona de Enéas em 2006 e apoiou Alckmin em 2018; O PL tem Como presidente, Valdemar Costa Neto, envolvido no escândalo do Mensalão. Valdemar Costa Neto foi condenado em 2012, a 7 anos e 10 meses de prisão em sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpriu a maior parte da pena em regime aberto e, em 2016, recebeu perdão do ministro Luís Roberto Barroso.

Em eleições presidenciais, lançou Afif em 1989 e se coligou a Ciro Gomes em 1998 e a Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Hoje, o PL é um dos partidos mais fiéis ao governo de Jair Bolsonaro no Congresso e tem a Secretaria de Governo, ocupada pela ministra Flávia Arruda (PL-DF).

“Nós tiramos o Brasil da esquerda, nós todos tiramos. Olha para onde estávamos indo”, disse o mandatário para a plateia, citando a Venezuela. “As cores verde e amarela [estão agora] predominando sobre o vermelho. Nós conseguimos fazer brotar o sentimento de patriotismo.”​

“Estou me sentindo aqui, Arthur Lira, em casa”, declarou Bolsonaro. Presidente da Câmara, o deputado do PP é aliado do Planalto. “Pode ter certeza que nenhum partido será esquecido por nós. Não temos aqui a virtude de sermos o único certo, queremos, sim, compor nos estados.”

“Alguns extrapolam aqui na região, na Praça dos Três Poderes. Mas essa pessoa vai ser enquadrada, vai se enquadrando, vai vendo que a maioria somos nós. Nós aqui, que temos votos, em especial, é que devemos conduzir o destino da nossa nação”, disse Bolsonaro.

O filho senador do presidente, Flávio Bolsonaro, atacou os governos petistas —dos quais, parte da plateia apoiou no passado. “Ainda querem nos fazer crer que um ex-presidiário, preso por roubar o povo brasileiro, estará à frente [de Bolsonaro nas pesquisas]”.

“É uma esperança para o nosso querido estado de São Paulo”, disse Bolsonaro no discurso. “Quero deixar bem claro que eu e Valdemar não seremos as pessoas que vão decidir tudo sozinho. Em grande parte, vai passar por vocês. Queremos compor.”

Filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse “acreditar” que deve se filiar ao PL também, mas afirmou que é preciso “conversar ainda”. Mais ideológico que o irmão Flávio, o deputado foi questionado sobre as antigas críticas ao centrão, sobre se elas se mantêm agora.

“O presidente tem que governar com o Congresso que tá aí. Tem uma entrevista dele em em 2017 para a Jovem Pan que ele fala exatamente isso. Ele não é um ditador. O Congresso, quem escolhe não é o presidente, é a população”, disse.

“Mas eu estou feliz sim de estar no PL, que é um partido grande, tem um tempo de televisão, tem uma estrutura, e está nos recebendo de braços abertos. Tem tudo para dar certo sim”, completou Eduardo.

JORGE RORIZ