“Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, uma pergunta: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico, cristão assumido?”, perguntou nesta sexta-feira, 31, o presidente Jair Bolsonaro, ao questionar se não está na hora de a Corte ter um ministro assumidamente evangélico.
“A Constituição é uma só, dos brasileiros em geral, independentemente da religião”, diz Marco Aurélio Mello. “Claro que o colegiado é um somatório de forças distintas, mas não é por professar essa ou aquela religião que se adotará uma postura dessa ou de outra forma.”
No plenário do STF há um crucifixo, o que, na visão de Marco Aurélio Mello, “até certo ponto conflita com o Estado laico”. O ministro se define como católico apostólico romano, “muito embora não frequente costumeiramente a igreja”. “A fé que temos de manter sempre, ela é que nos dá esperança de dias melhores”, afirma. “É preciso que, no que fazemos, estejamos sempre abençoados até para sair à rua.”
“Religião e fé dizem respeito ao domínio privado, e não público. Neutro há de ser o Estado”, afirmou Rosa Weber, ao votar contra a possibilidade de o ensino religioso promover uma crença específica.