Brasil não terá 220 milhões de doses até julho anunciadas ontem pelo Ministério da Saúde.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (19) que o Ministério da Saúde ignorou três ofertas para a aquisição de lotes da vacina CoronaVac, feitas ainda no ano passado.

 

Em comunicado emitido na noite da quinta-feira (18), o Ministério da Saúde aifrmou que a dificuldade em manter o cronograma inicial de vacinação contra a Covid-19 se deve, especialmente, ao atraso na entrega de doses pelo Instituto Butantan.

O Butantan ofereceu vacinas ao governo desde o ano passado e nem recebeu resposta. O ministro da Saúde chegou a anunciar a compra de  vacinas Coronavac e Bolsonaro pediu para o ministro cancelar a compra porque ” a vacina chinesa é comunista, não compro”.

Após o ministro  ter anunciado ontem (18/02) que o Brasil terá 220 milhões de vacinas até julho,   hoje,  afirmou que não poderá cumprir o cronograma anunciado ” porque o Butantan fornecerá apenas 2,7 milhões de doses em fevereiro, o que corresponde a 30% das 9,3 milhões de doses anunciadas pelo Instituto ao  governo federal.

O Instituto Butantan rebateu o Ministério da Saúde e afirmou que não conseguirá entregar o total de doses previsto para serem repassados ao Programa Nacional de Imunização até fevereiro. Segundo o diretor do órgão, Dimas Covas, o atraso ocorrerá pela demora na chegada de insumos vindos da China para a produção das vacinas em território nacional. O atraso, afirmou Covas, foi causado principalmente pela tensa relação diplómática entre Brasil e China. “o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China” como um dos motivos para o atraso no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina, o que acarretou em atraso do produto final, o Instituto reforça que “a autorização para envio da matéria-prima só ocorreu após intervenções feitas pelo Governo de São Paulo”. De acordo com o Instituto, o comunicado da pasta “omite e ignora fatos”.

O Butantan também informou por meio de nota que entregará 3,6 milhões de doses neste mês. Mas de 90% das vacinas aplicadas no Brasil é do Butantan.

“Esses lotes de vacinas que estão no Brasil neste momento são resultado de insumos recebidos agora em fevereiro. E, lembrem-se, houve um atraso na entrega da matéria-prima, que deveríamos ter recebido em 6 de janeiro, e não recebemos. E houve aquela discussão, daquela celeuma toda da importância do relacionamento entre Brasil e China, que causou possíveis dificuldades na liberação desta matéria-prima” — afirmou o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

O governador João Doria (PSDB) criticou o posicionamento do Ministério da Saúde, que atribuiu a responsabilidade do atraso ao Butantan.

“Não é verdade e é inacreditável que o Ministério queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua incompetência e incapacidade que estão acarretando na falta de vacinas nas cidades, nos estados e no país. O Instituto Butantan já entregou 9,8 milhões de doses para a imunização dos brasileiros. De cada 10 brasileiros, 9 estão recebendo a vacina do Butantan” — afirmou Doria.

O ATRASO DO RECEBIMENTO DO BUTANTAN FOI DE NOVE MILHÕES DE DOSES PARA FINAL DE FEVEREIRO QUE SERÁ ENTREGUE NO INICIO DE MARÇO.. QUANDO PAZUELLO ANUNCIOU ONTEM QUE O BRASIL TERIA 220 MILHÕES DE VACINAS ATÉ JULHO, ELE MENTIU

JORGE RORIZ