Celso de Mello diz que Cármen Lúcia não convidou ministros para debater prisão após 2ª instância

Celso de Mello admitiu ter sugerido um “encontro informal” para evitar o constrangimento que uma questão de ordem apresentada por algum ministro no plenário poderia gerar. O ministro disse que apresentou a ideia à ministra, na quarta-feira passada, em uma conversa conjunta com Cármen e com o ministro Luiz Fux.

“Quem deveria fazer o convite é a presidente. Ficou combinado que ela, que aceitou a sugestão desse encontro informal, faria esse convite ontem. Ontem e hoje não houve esse convite”, disse Celso de Mello.

Segundo Mello, o objetivo de uma reunião informal era impedir que houvesse alguma “cobrança pública” no próprio plenário do Supremo pelos ministros. “Foi para evitar que a presidente sofresse uma cobrança inédita na história do Supremo, que eu ponderei aos colegas que seria importante uma discussão interna, simplesmente para troca de ideias e nada mais”, disse

Perguntado se ainda haveria reunião, o ministro mostrou incerteza. “Se não houve convite pela presidência, isso significa que ela não se mostrou interessada”, disse, explicando que a ideia era ter a presença de todos os ministros.

Questionados, os ministros Edson Fachin — relator do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso disseram que não foram convidados para reunião alguma pela presidência. O ministro Gilmar Mendes respondeu que “tem que perguntar à presidência”.

Cármen Lúcia havia mencionado na segunda-feira, 19, à Rádio Itatiaia que o convite para a reunião foi feito por Celso, o mais antigo da Corte. “Não é reunião formal, nem fui eu que convoquei, mas é comum a conversa acontecer. Não tem nada de convocação, coisa que não fiz, nem tem nada de extraordinário”, disse Cármen. ( com informações do Estadão)

JORGE RORIZ