Celso retira do plenário virtual decisão sobre depoimento de Bolsonaro

O Decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, afirmou que ministro Marco Aurélio Mello, que o substituiu durante licença médica, não poderia remeter o caso para o colegiado virtual da Corte por falta de ‘situação configuradora de urgência’; Celso retirou o julgamento do plenário virtual.  O julgamento será realizado no plenário presencial da Corte após manifestações do ex-ministro Sérgio Moro.

Anteriormente o ministro Celso de Mello decidiu que o depoimento de Bolsonaro deveria ser presencial. Substituindo o ministro Celson de Mello que estava de licença médica o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu no dia (23.09) enviar para o plenário virtual da Corte a decisão sobre como deve ser o depoimento de Jair Bolsonaro – se pessoalmente ou por escrito – no âmbito das investigações que apuram se o chefe do Executivo tentou interferir indevidamente na Polícia Federal. O início do julgamento no plenário virtual que estava marcado para 2 de outubro será presencial. Ainda sem data.

A percepção na Corte é a de que o decano tem mais chances de convencer os colegas em uma sessão transmitida ao vivo pela TV Justiça, com todos ouvindo seus argumentos.

No plenário virtual, por outro lado, os magistrados apenas depositariam seus votos no sistema, sem troca de ideias ou debates.

A REAÇÃO DO MINISTRO MARCO AURÉLIO:

“Vejo com bons olhos. Quanto maior publicidade, melhor. Que prevaleça o bom direito. A minha parte eu fiz. Agora vamos aguardar o crivo do colegiado”, afirmou à CNN Marco Aurélio, que atuou como relator substituto do caso enquanto Celso estava de licença médica.

Marco Aurélio ressaltou também que, enquanto substituiu o relator, não apreciou o “acerto ou desacerto” de Celso. “Simplesmente congelei a situação em termos de depoimento do presidente da República e inseri no colegiado para deliberação”, justificou.

JORGE RORIZ