Declaração de Lula demonstra desonestidade do petista, afirma Mara Gabrilli

Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em café da manhã com blogueiros nessa quarta-feira (20), que “não tem uma viva alma mais honesta” do que ele. O encontro, que durou cerca de três horas, aconteceu na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Para a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), a declaração do petista demonstra o tamanho da desonestidade do ex-presidente.

“Lula começa a ser desonesto nessa afirmação. Como ele pode falar isso de pessoas que não conhece? Que parâmetro ele usa para medir a honestidade dos outros e se achar superior a alguém? Ele já foi desonesto comigo, então essa frase é falsa”, afirmou.

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta (21), o petista afirmou estar “tranquilo” quanto à possibilidade de que investigações de processos contra corrupção, como a Lava-Jato, cheguem até ele.

“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”, disse o ex-presidente.

Durante a entrevista, Lula criticou também o uso das delações premiadas ao longo das investigações da Operação Lava-Jato. “O grande problema da delação premiada é que o grande prêmio para os delatores é envolver o Lula”, declarou.

A deputada tucana ressaltou ainda que a medida de honestidade do ex-presidente é “muito pervertida”. “Ele criticou algo que está mexendo com aquilo que ele se apropriou, que é do brasileiro, e não dele. É lógico que ele vai criticar, porque tem medo. Lula está sendo atingido de todos os lados pelas delações e, cada vez mais, vai perder espaço naquilo que ele se apropriou”, completou.

Contrassenso

Apesar de não ser, oficialmente, alvo da Lava-Jato, o ex-presidente já depôs na Polícia Federal (PF) na condição de “informante”. Lula ressaltou o fato de não existir ação penal contra ele: “Não acho que existe nenhuma possibilidade de ação penal, a não ser que seja uma violência contra tudo o que existe neste país”.

O deputado federal Delegado Waldir (PSDB-GO) questionou o motivo pelo qual o ex-presidente não citou no encontro com os blogueiros a relação de sua família com a corrupção.

“Ele deveria ter explicado como seu filho, Fábio Luís da Silva, o Lulinha, passou de um simples limpador de animais em um zoológico de São Paulo para uma das pessoas mais ricas do país. É um contrassenso absurdo ele se esquivar da corrupção, algo que está instalado em sua própria família”, ressaltou o parlamentar.

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JORGE RORIZ