Desistência do tríplex pode ter gerado ‘prejuízo’ de R$ 100 mil para Lula e MP desconfia da versão

presidente-lulaO “prejuízo” do ex-presidente Lula com a desistência da compra do tríplex do condomínio Solaris, no Guarujá pode chegar a R$ 100 mil. De acordo com o Instituto Lula, a ex-primeira dama, Marisa Letícia, assinou em novembro do ano passado, termo concordando em receber R$ 188,2 mil de restituição, divididos em 36 parcelas de R$ 5.227,99. Com isso, a família do ex-presidente só seria restituída ao final de 2018, o que aumentaria mais ainda o prejuízo.

O Ministério Público Estadual de São Paulo encontrou incoerências nas declarações do ex-presidente e questiona as explicações dadas pelo Instituto Lula sobre as supostas ligações do petista com o tríplex que foi o centro da 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na semana passada. As informações são da matéria publicada hoje (2) no jornal O Globo.

Para o deputado federal Alexandre Baldy (PSDB- GO), não há dúvidas de que o petista seria de o dono do imóvel. “Nenhuma empresa faria uma obra dessa magnitude gastando quase 1 milhão de reais se não houvesse de fato um proprietário. Uma empresa do porte da OAS enviaria o presidente da instituição na época [Léo Pinheiro] para visitar uma pequena obra, uma pequena reforma no Guarujá? ”, indagou.

O MP paulista formulou oito perguntas, todas confrontando as informações concedidas pelo instituto sobre o imóvel. Uma delas questiona o porquê que OAS arcou com o pagamento de uma reforma de quase R$ 1 milhão sem um comprador pré-reservado.

Baldy concorda com as suspeitas do MP e acredita que Lula e sua família não tiveram prejuízos com a transação. “Eu percebo que o Ministério Público está totalmente correto em declarar aversão pelos fatos que coloca hoje o Instituto Lula. Em momento algum eu acredito que o ex-presidente e seus familiares tenham tido qualquer tipo de prejuízo. Foram os familiares de Lula e sua esposa Marisa que autorizaram e determinaram as reformas desse tríplex e a empresa OAS executou”, afirmou.

O deputado atribui a desistência da compra do imóvel ao receio da família do petista diante dos recentes escândalos envolvendo a empreiteira. “Se houve a desistência é pelo fato de que estavam receosos que todos esses fatos viesses a público. Não tem outro motivo a não ser o medo de se tornar público, como de fato se tornou”.

O deputado conclui dizendo que “não há dúvidas de que todos os escândalos de corrupção que foram envolvidos os grandes empreiteiros escondem trocas de favores”.

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JORGE RORIZ