Empresas burlam lei eleitoral e vendem serviços de propaganda eleitoral via WhatsApp

Uma resolução do TSE de novembro de 2019, proibiu qualquer envio em massa de conteúdo eleitoral e determinou que mensagens políticas só podem ser enviadas “para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, pelo partido político ou pela coligação, observadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados quanto ao consentimento do titular”. A lei eleitoral já vedava compra de cadastros.

Em reportagem feita pela jornalista Patrícia Lelis publicada na Folha de São Paulo ficou comprovado que diversas empresas estão burlando a legislação e enviando propagandas eleitorais via WhatsApp ou através de venda de aplicativos que realizam o envio dos disparos.
Embora os disparos em massa estejam bloqueados o sistema de aplicativos envia milhares de mensagens uma por uma como se fosse uma pessoa mas na verdade é um robo
Na reportagem Patrícia Lelis cita a empresa Bombrasil.
A empresa, Solução e Tecnologia oferece um serviço de WhatsApp Marketing que consegue “atingir até 20 mil aparelhos por hora” e um mobile marketing. “Através de um roteador especial, conseguimos acessar qualquer aparelho celular num raio de alcance de 300 metros a 2.000 metros, que alcança 2.520 celulares por hora, tanto via bluetooth quanto wi-fi”.

O proprietário da BomBrasil, afirmou via WhatsApp que a empresa é apenas afiliada da Housoft, a fabricante dos softwares que permitem extração de dados e envio em massa.

Por mensagem, a Housoft afirmou que a maioria de seus clientes “são pequenas e médias empresas que precisam divulgar seus serviços, mas não querem pagar os valores altos cobrados por anúncios patrocinados nas redes sociais”.

“Como empresa, nós oferecemos serviços partindo do pressuposto de que o cliente tenha boa fé. Não temos controle sobre o intuito de cada usuário, infelizmente.”

Fonte: Folha de São Paulo

JORGE RORIZ