Entenda a novela Ricardo Barros X Covaxin

Estamos diante do maior escândalo da República. Muito maior do que causou a queda de Dilma e de Collor Bolsonaro sabia de um crime envolvendo a compra da vacina Covaxin. FOI OMISSO, CÚMPLICE. O QUE GANHARIA O DEPUTADO DA BASE ALIADA DO GOVERNO, EM MENTIR, ACUSANDO O PRESIDENTE?

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), disse que o presidente Jair Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR) como o parlamentar que queria fazer “rolo” no Ministério da Saúde.

Miranda e seu irmão Luís Ricardo Fernandes Miranda, servidor de carreira do ministério, confirmaram à CPI ter avisado Bolsonaro, há três meses, sobre suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin e relataram uma “pressão atípica” para acelerar a importação.

Em fevereiro, o líder do governo apresentou a emenda 117/2021 à medida provisória 1026. A MP editada pelo governo permitiu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desse “autorização para a importação e distribuição de quaisquer vacinas” e medicamentos não registrados na agência, desde que aprovadas por autoridades sanitárias de outros países.

Em fevereiro, Barros falou em “enquadrar” a Anvisa se não eliminasse exigências p/aprovar a vacina.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) – a mais cara das seis vacinas compradas até agora.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) negou na noite desta sexta-feira (25) que tenha participado das negociações pela importação da Covaxin, indicando a servidora Regina Célia— que teria autorizado o pagamento de US$ 45 milhões de forma antecipada para a importação do imunizante.

O depósito seria feito em nome de uma intermediária (offshore), para o recebimento de 300 mil doses da vacina Covaxin.

 

JORGE RORIZ