Gilmar Mendes culpa Procuradoria Geral por vazamentos na Lava Jato

Para o ministro, a publicação de informações da Lava Jato que estão sob sigilo é uma forma de “desmoralização da autoridade pública” e alimenta uma “caça de escândalos para espetaculização”.

“Tenho que a Procuradoria-Geral da República tem que prestar a este Tribunal as explicações sobre esses fatos. Não haverá justiça com procedimentos à margem da lei. As investigações devem ter por objetivo produzir provas e não entreter a opinião pública ou demonstrar autoridade. Quem quiser cavalgar escândalo porque está investido de poder de investigação, está abusando de seu poder”, disse o ministro.

“O que me chama muita a atenção é o poder da mídia. A mídia estabelece o momento, eles fazem investigação, eles têm acesso, não sei como, há muitas informações. Eles estabelecem um momento em que colocam essa notícias a público. Essa sua insatisfação deve ser compartilhada com todas as instituições, inclusive a mídia”, rebateu a procuradora.

CARNE FRACA – PREJUÍZO AO BRASIL DE 30 BILHÕES

O ministro afirmou que o vazamento se repete agora na Operação Carne Fraca, que investiga a comercialização de carne sem a devida inspeção do Ministério da Agricultura. A Polícia Federal (PF), disse Gilmar, disputava atenção da mídia. E o vazamento de conversas telefônicas do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, tinha por objetivo enfraquecê-lo. “É uma forma de chantagem implícita, ou explícita. É uma desmoralização da autoridade pública”, acrescentou.

Gilmar Mendes afirmou que, no quadro atual de “debilidade política”, “não há mais anteparos”. Ministério Público e Polícia Federal “perderam os freios”. E concluiu que, no caso da Operação Carne Fraca, o delegado Maurício Moscardi, responsável pelas investigações, demonstrou despreparo. “Quem há de investigá-lo? Ele só deu um prejuízo de 30 bilhões, revelando inclusive um despreparo em entender as próprias notícias que ele examinava. Um mau hermeneuta do grampo. Confundiu invólucro com conteúdo de carne (ao informar que havia papelão misturado com carne)”, concluiu.

 

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JORGE RORIZ