Governo Bolsonaro é militar – Bolsonaro toca fogo para militares apagar com ruptura?

Em entrevista à BBC News Brasil, o antropólogo, Piero Leimer, da Universidade Federal de São Carlos,  afirma que a atual escalada do conflito político não é acidental. Para Leirner, ela faz parte do projeto dos militares para o país e inclui Bolsonaro em um papel bem específico: “funcionar como uma espécie de ‘para-raios sem fio terra'”.
“Ele causa a explosão, para possibilitar a ação reparadora dos bombeiros”, diz o antropólogo, que está prestes a publicar um livro sobre guerras híbridas.

Eles são o governo e Bolsonaro é o projeto deles.
Bolsonaro fez tudo isso sozinho? Não. Foi o topo da cadeia de comando que ligou a ignição para um projeto político de, pelo menos, quatro anos.
PIERO explica que Bolsonaro foi à formatura dos cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras e fez um discurso se lançando candidato em 2018. Saiu de lá aclamado como “líder!”. Esse tipo de ato só é possível se houver autorização do comandante da Academia. E, como Bolsonaro repetiu a visita em 2015, 2016, 2017 e 2018, posso afirmar que ele contou com o conhecimento do Comandante do Exército e com o descaso dos Ministros da Defesa e dos Presidentes da República.

O número de militares no governo Bolsonaro é maior do que o da ditadura Venezuelana.

03/2019

1º escalão
Presidente: capitão do Exército Jair Bolsonaro
Vice-presidente: general do Exército Hamilton Mourão
Ministro do Gabinete de Segurança Institucional: general do Exército Augusto Heleno
Ministro de Minas e Energia: almirante da Marinha Bento Albuquerque
Ministro da Secretaria de Governo: general do Exército, Luiz Eduardo Ramos .
Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações: tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes
Ministro de Infraestrutura: capitão do Exército Tarcísio Gomes de Freitas
Ministro da Controladoria-Geral da União: capitão do Exército Wagner Rosário
Ministro da Defesa: general do Exército Fernando Azevedo Silva

Principais cargos no 2º e 3º escalões
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Diretor de Programa da Secretaria-Executiva: coronel-aviador da Aeronáutica Ricardo Roquetti
Assessor especial do ministro: coronel do Exército Robson Santos da Silva
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Secretário-executivo adjunto: coronel do Exército Carlos Alberto Flora Baptistucci Secretário de Radiodifusão: coronel do Exército Elifas Chaves Gurgel do Amaral
Chefe de gabinete do ministro: brigadeiro aviador da Aeronáutica Celestino Todesco
Secretário de Políticas Digitais: tenente brigadeiro do ar da Aeronáutica Antonio Franciscangelis Neto
Assessor especial do ministro: tenente brigadeiro do ar da Aeronáutica Gerson Nogueira Machado de Oliveira
Diretor do Departamento de Serviços de Telecomunicações: coronel aviador da Aeronáutica Rogério Troidl Bonato
MINISTÉRIO DA DEFESA

Chefe de gabinete: general do Exército Edson Diehl Ripoli
MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA

Secretário Nacional de Transporte Terrestre e Aquaviário: general do Exército Jamil Megid Júnior
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Secretário de Orçamento, Finanças e Gestão: general do Exército Nader Motta
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Secretário nacional de Segurança Pública: general do Exército Guilherme Theophilo Oliveira
Coordenador-geral de Estratégia da Senasp: coronel do Exército Freibergue do Nascimento
Coordenador-geral de Políticas da Senasp: coronel do Exército José Arnon dos Santos Guerra
Coordenador-geral de Licitações da Senasp: coronel do Exército Marcelo Lopes de Azevedo
Assessor técnico do gabinete do ministro: suboficial da Aeronáutica Alexandre Oliveira Fernandes
SECRETARIA-GERAL

Secretário-executivo: general do Exército Floriano Peixoto
Secretário especial de Assuntos Estratégicos: general do Exército Maynard Marques de Santa Rosa
Secretário especial de Assuntos Estratégicos adjunto: general do Exército Lauro Luís Pires da Silva
Assessor especial: coronel do Exército Walter Félix Cardoso
Secretário de Administração: coronel do Exército Gilberto Barbosa Moreira
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Porta-voz: general do Exército Otávio do Rêgo Barros
GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL

Assessor: general do Exército Eduardo Villas-Bôas
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Assessor: capitão de mar e guerra da Marinha Marcos Perdigão Bernardes
Assessor: capitão de mar e guerra da Marinha Almir Alves Junior
Assessor: brigadeiro da Aeronáutica Mozart de Oliveira Farias
CORREIOS

Presidente: general do Exército Juarez Aparecido de Paula Cunha
Assessor especial: coronel do Exército André Luis Vieira
DNIT

Diretor-geral: general do Exército Antônio Leite dos Santos Filho
Diretor-executivo: coronel do Exército André Kuhn
FUNAI

Presidente: general do Exército Franklimberg Ribeiro de Freitas
ITAIPU

Diretor-geral: general do Exército Joaquim Silva e Luna
PETROBRAS

Presidente do Conselho: almirante da Marinha Eduardo Bacellar Leal Ferreira
Gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa: capitão-tenente da Marinha Carlos Victor Guerra Naguem
SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS

Superintendente: coronel do Exército Alfredo Menezes
TELEBRAS

Diretor administrativo-financeiro: general do Exército José Orlando Ribeiro Cardoso
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

Presidente: general do Exército Oswaldo Ferreira
INCRA

Presidente: general do Exército Jesus Corrêa

Atualmente, os militares controlam oito dos 22 ministérios do governo de Jair Bolsonaro (36,36%). Com a recente nomeação do general Walter Souza Braga Netto para a Casa Civil, o Palácio do Planalto ficou totalmente ‘militarizado’, embora Jorge de Oliveira Francisco, da Secretaria-Geral da Presidência, não seja egresso das Forças Armadas — ele é major da Polícia Militar do Distrito Federal. Os militares que estão no governo atual

(Secretaria de Governo), almirante Bento Costa Lima (Minas e Energia), capitão da reserva Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e capitão da reserva Tarcísio Freitas (Infraestrutura). Braga Netto e Ramos ainda estão na ativa, embora o primeiro, pressionado, tenha decidido antecipar sua ida à reserva, marcada para o meio deste ano….

Saúde

Em plena pandemia da covid-19, o Ministério da Saúde passa por reformulação. Cerca de 20 militares já foram nomeados para áreas estratégias durante as gestões de Nelson Teich e do general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta interinamente. Outros 20 devem ganhar cargos nos próximos dias.

Em outros cargos existem mais de 2000 militares

JORGE RORIZ