Governo prevê superávit comercial de US$ 55 bilhões em 2017

O governo projeta superávit (exportações maiores que importações) de US$ 55 bilhões para a balança comercial brasileira em 2017. A previsão foi divulgada hoje (2) pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços, Abrão Neto. Se confirmado, o valor superará o saldo positivo de US$ 47,69 bilhões registrado em 2016, que atualmente representa o maior superávit da balança desde o início da série histórica, em 1989.

Neto apresentou a estimativa ao comentar os dados de abril da balança comercial. No mês passado, houve saldo comercial positivo de US$ 6,969 bilhões, o melhor para meses de abril desde 1989. O resultado foi possível graças ao aumento de 27,8% das exportações ante abril de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. “É a maior taxa de crescimento para meses de abril desde 2011”, afirmou o secretário.

Entre os destaques nas vendas externas no mês estão soja, minério de ferro, petróleo bruto, automóveis de passageiros e aviões. “Para a soja, houve recorde mensal no volume de embarques, que ficou em 10,4 milhões de toneladas”, acrescentou Abrão Neto.

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Balança comercial tem maior desempenho em abril desde 1989
No primeiro quadrimestre deste ano, segundo o secretário, alguns produtos da pauta de exportações tiveram recorde no volume vendido ante igual período do ano passado. Foram registradas, ainda, elevações nos preços. “[Houve] recorde no volume de soja em grão, minério de ferro e petróleo bruto. Foi o maior volume exportado no primeiro quadrimestre, além de [ter havido] aumento de preços”, disse. O valor vendido em automóveis de passageiros também foi recorde para os primeiros quatro meses do ano, registrando elevação de 48,6%.

Carne Fraca

A quantidade exportada do grupo carne – bovina, suína e de frango – caiu em abril, no entanto. De acordo com Abrão Neto, o resultado ainda pode ser efeito da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal. Segundo o secretário, este não é, contudo, o único motivo a influenciar a queda.

Houve recuo de 13,3% na quantidade de carne vendida em abril deste ano na comparação com abril de 2016, conforme o critério da média diária, que leva em conta a quantidade de carne vendida por dia útil.

“Todos acompanharam a operação [Carne Fraca]. Houve uma ação muito pronta do governo e, ao longo do tempo, espera-se normalização. Mas houve impacto no volume e pode haver uma relação. No entanto, há outros elementos. Em alguns casos, como o da carne bovina, existe restrição de pagamento em alguns países, como o Egito”, afirmou Neto.

Retomada econômica

Em abril, pelo critério da média diária, as importações brasileiras cresceram 13,3% em relação a abril de 2016. De acordo com o secretário, a alta nas aquisições dos chamados bens intermediários (16,5%), utilizados pela indústria na produção, sinaliza uma recuperação da economia.

“O perfil das importações sinaliza um crescimento da economia, dada a retomada dessa importação de insumo. Foram principalmente insumos para o setor agrícola, indústria química e eletroeletrônicos”, informou Neto.

 

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JORGE RORIZ