Bernadete Pacífico,Mestra da Comunidade Quilombola de Pitanga dos Palmares, liderança reconhecida internacionalmente, foi executada com requinte de crueldade e violência no interior da sede da Comunidade Quilombola de Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho – BA, RMS – Região Metropolitana de Salvador.
Bernadete, teve seu filho, Binho do Quilombo, assassinado, em 17 de setembro de 2017. Ela fazia pedia as autoridades para punir os assassinos de seu filho e porisso estava recebendo ameaças.
Junto com outras lideranças, Bernadete participou, em julho deste ano, de um encontro com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas. Na ocasião, ela denunciou ameaças e violências contra a comunidade quilombola.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), determinou que as polícias Militar e Civil sejam firmes na investigação.
Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos ( Conaq), exige que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares.
“A família Conaq sente profundamente a perda de uma mulher tão sábia e de uma verdadeira liderança. Sua partida prematura é uma perda irreparável não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos direitos humanos”, ressalta a entidade.
O Quilombo Pitanga dos Palmares, que era liderado por Bernadete, é formado por cerca de 289 famílias e tem 854,2 hectares, reconhecidos em 2017 pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação – RTID do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Bernadete foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho, região Metropolitana de Salvador, e sempre foi uma defensora dos quilombos, combatendo o racismo, a intolerência religiosa e os direitos dos menos favorecidos.