Manaus – mortes de pacientes de Covid por falta de oxigênio

Pacientes internados com Covid-19 estão sem Oxigênio. o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus nesta quinta-feira, 14, levando pacientes internados à morte por asfixia, O pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, afirmou que “acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia”. O Sindicato dos Médicos do Amazonas fez um apelo para que seja encontrada uma solução para o problema. “Transportar oxigênio de outros estados em caráter de guerra é uma necessidade para salvar vidas”, disse Mário Vianna, presidente da entidade.

O governo federal anunciou que vai transferir pacientes para outros Estados e pediu ajuda aos Estados Unidos com o fornecimento de um avião adequado para levar cilindros a Manaus.

O governador da Bahia, Rui Costa postou no Twitter: “Acabei de ligar para o governador do Amazonas, Wilson Lima, manifestando solidariedade. Coloquei 30 leitos à disposição dos pacientes amazonenses menos graves. Responsabilidade e solidariedade são palavras de ordem p vencermos esta guerra q já vitimou mais de 200 mil brasileiros.”

“Colegas perderam pacientes na UTI por causa da falta de oxigênio. Eles ainda tentaram ambuzar (ventilar manualmente), mas foi só para tentar até o último recurso mesmo, porque é inviável manter isso por muito tempo. Cansa muito, tem que revezar os profissionais. Chamaram residentes para ajudar na ventilação manual. A vontade que dá é de chorar o tempo inteiro. Você vê o paciente morrendo na sua frente e não pode fazer nada. É como se ver numa guerra e não ter armas para lutar”, disse outra médica da unidade.

Com a situação agravada, o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Viana, fez um apelo para que o governo federal intervenha na Saúde do Estado. “Estamos perdendo vidas aqui. Há algumas semanas a gente já vinha citando que era um cenário de guerra e que o caos iria se instalar. É o que eu vejo hoje. Apesar dos esforços, a situação, no meu entendimento, é crítica. É preciso ter um comando unificado, um comitê de crise instalado em vários setores para poder dar as soluções necessárias para essa situação de guerra que aqui vivemos”, afirmou.

Com o colapso da rede de atendimento, o Amazonas vai transferir pacientes para outros Estados. A ideia é que ao menos 750 pessoas recebam tratamento em outras cidades, começando com 235 pacientes de ‘casos moderados’ (aqueles que precisam de oxigênio, mas podem ser deslocados ) que serão enviados a hospitais do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.

JORGE RORIZ