Mandetta não cita Bolsonaro, mas diz que manifestações são completamente equivocadas

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse neste domingo (15) à CNN Brasil considerar aglomerações, como protestos ou eventos culturais, “completamente equivocadas” por causa do risco de disseminação do coronavírus.

A afirmação veio horas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participar de manifestação pró-governo em Brasília.

Em um vídeo compartilhado por um canal de apoio ao presidente, Bolsonaro aparece cumprimentando um grupo de manifestantes que se reunia em frente ao Palácio da Alvorada. Ele pegou celulares para tirar fotos —atitudes não recomendadas pelo Ministério da Saúde e pelo próprio Bolsonaro para conter a disseminação da doença.

Segundo o ministro Mandetta, Bolsonaro não está em isolamento. “Qual era a situação do presidente? Ele estava na mesma situação de… Vamos supor que você estivesse dentro de um avião vindo dos Estados Unidos para cá, que fosse um voo comercial e o cidadão da fileira de trás chegou no voo número tal, passou mal, foi no hospital e deu positivo. O que a gente faz? A gente avisa você, que estava na frente, que o passageiro da cadeira 5B, que estava atrás da sua, deu positivo para coronavírus”, disse.

“O senhor, se tiver febre, mal estar, coriza, qualquer coisa, o senhor procura uma unidade de saúde e a vigilância sanitária fica ligando para a pessoa. O que a gente recomenda? Pelo bom senso, você evite contato com idosos, mas é monitoramento.”

Questionado sobre o que acha de grupos de pessoas em um mesmo local, o ministro afirmou: “Acho que fazer aglomeração é completamente equivocado”.

Além de protestos, ele citou cultos e missas, cinemas e teatros. Para o ministro, é necessário, pelo menos a curto prazo, uma mudança de comportamento. “Está na hora de a Igreja Católica, da igreja evangélica, dos pastores, dizerem vamos fazer nossas orações ou em casa ou em cultos muito pequenos.”

JORGE RORIZ