André Ruschi – (mensagem noFacebook)
“Esta sopa de lama tóxica que desce no rio Doce descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes e irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3 mil km² no litoral norte e uns 7 mil km² no litoral ao sul, atingindo três UCs marinhas – Comboios, APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, que juntos somam uns 200 mil hectares no mar.
Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos.
RVS de Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico.”
Marcus Vinicius Polignano. Coordenador do Projeto Manuelzão – Ligado à Universidade Federal de Minas Gerais o citado projeto monitora a atividade econômica e seus impactos ambientais nas bacias hidrográficas dos principais rios mineiros.
O ambientalista informou que a lama de rejeito de mineração não é tóxica, mas , segundo ele, a natureza do material, a sílica (tipo de areia) misturada à lama rica em ferro funciona, na prática, como uma espécie de ‘cimento’.
“Esse material é inerte, e nele não nasce praticamente nada. Ele recobre o leito e as reentrâncias e pedras do fundo do rio, mudando radicalmente todo o ecossistema”, destaca.
O ‘cimento’ sobre o rio é que, além de matar peixes, algas, invertebrados, répteis e tudo o que recobriu, a lama acaba com os locais onde estas espécies se abrigavam e reproduziam. Buracos em pedras, altos e baixos do rio são aplainados e recobertos com o material viscoso.
Há apenas 24 fiscais em Minas para fiscalizar a gestão de 222 barragens de dejetos minerais //Há apenas 24 fiscais em Minas para fiscalizar a gestão de 222 barragens de dejetos minerais.