Médico é acusado de abreviar a vida dos pacientes

O médico Gustavo Deboni da Silva foi afastado do exercício da profissão pelo Conselho Federal de Medicina em um prazo de seis meses. Tempo necessário para concluir a a investigação das denúncias de que ele, trabalhando na UTI do hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, abreviou a vida de pelo menos oito pacientes.

O médico também trabalhava no Hospital Ruth Cardoso, em Camboriú.

Ele foi denunciada pela Universidade do Vale do Itajaí, onde dava aula, em representação encaminhada ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina.

O promotor Maury Roberto Viviani começou a investigar o caso em março deste ano, por meio de um inquérito civil. Ele ouviu testemunhas e solicitou ao Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina que verificasse os fatos denunciados, com a a análise técnica de prontuários de pacientes que, nos últimos dois anos, teriam sido atendidos por Gustavo no último dia de vida ou que tiveram o óbito declarado pelo profissional.

De posse dessas informações, ele abriu Ação Civil Pública para afastamento cautelar do médico e a proibição do exercício de atividade médica pelo SUS em Itajaí.

Ao mesmo tempo, determinou à Polícia Civil que instaure inquérito para apurar a prática de homicídios.

Deboni era o responsável pela gerência médica no hospital e também sócio de empresa privada que oferecia serviço de saúde.

Em 2010, ele foi denunciado por efetuar cobrança por fora, no valor de R$ 5 mil, para fazer cirurgia pelo SUS. A paciente morreu, e o caso foi denunciado. Mas não houve punição para ele.

Quanto à suspensão das atividades profissionais determinada pelo CRM, declarou:

“Sobre a decisão preliminar, não tive ainda a oportunidade de me defender, que reafirmo, será realizada da forma correta. Isso apenas representa uma questão política em virtude do cargo que ocupava.”

O afastamento é provisório, e é bom que todos os casos sejam, de maneira transparente, esclarecidos.mm

JORGE RORIZ