Ministério Público denuncia 28 empresas por coação eleitoral pró-Bolsonaro

Nestas eleições a Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT) registrou até o momento 199 denúncias em 14 estados relacionadas a coação eleitoral, uma prática que ocorre quando donos de empresas ou superiores tentam influenciar os votos de seus subordinados valendo-se da posição hierárquica de poder.

Levantamento inédito da Pública junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) nos estados revela também que, nos casos em que o MPT abriu parte do conteúdo das denúncias de coação, a maioria das empresas acusadas foram favoráveis ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).

A PGT registrou mais de 60 denúncias contra empresas pelo país (uma empresa pode ser alvo de mais de uma denúncia, daí o total de 199 até agora). Em 57 destas empresas denunciadas foi possível identificar a motivação eleitoral dos casos de coação. 28 delas são acusadas de coação em favor de Bolsonaro e apenas uma foi contrária ao candidato do PSL. Do restante dos casos identificados até agora, 25 estão sob sigilo ou não há conclusão de quem se beneficiou da prática de coação; outros três casos foram em favor de parlamentares.

A região Sul concentra 157 denúncias, ou seja, 79% do total registrado pela PGT. Há casos de camisetas e comunicados idênticos distribuídos em empresas diferentes, o que sugere uma comunicação entre os empresários nos atos denunciados.

O caso Komeco
Com 100 denúncias, Santa Catarina teve o maior número de relatos de coação eleitoral. Um deles ocorreu na Komeco, que se intitula a “maior fabricante de ar-condicionado do Brasil“, com faturamento anual de centenas de milhões de reais.

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JORGE RORIZ