Moro depõe na PF e relaciona Eduardo Bolsonaro ao gabinete do ódio

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse em depoimento à Polícia Federal que ministros do governo Jair Bolsonaro reconhecem a ligação do filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), com o chamado “gabinete do ódio”.

“Indagado se tem conhecimento do envolvimento de Eduardo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Tercio Arnaud, José Matheus, Mateus Matos em quaisquer dos fatos ora mencionados (manifestações antidemocráticas), respondeu QUE os nomes de Carlos Bolsonaro e Tercio Arnaud eram normalmente relacionadas ao denominado ‘Gabinete do Ódio’; indagado sobre como tomou conhecimento da relação de tais pessoas com o denominado ‘Gabinete do Ódio’, respondeu QUE tomou conhecimento por comentários entre ministros do governo; indagado sobre quais ministros citavam a participação de Carlos Bolsonaro e Tercio Arnaud no ‘Gabinete do Ódio’ respondeu QUE eram ministros palacianos (que trabalham no Palácio do Planalto)”, disse Sérgio Moro, segundo termo de depoimento registrado pela Polícia Federal. O ex-titular da pasta da Justiça, no entanto, não quis revelar os nomes. Os ministros que trabalham no Palácio do Planalto atualmente são Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Walter Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Moro chegou a dizer à PF que, para mais detalhes, seria importante ouvir os ministros do Palácio do Planalto, mas sem dizer quais. “Indagado se o depoente poderia nominar tais ministros, respondeu QUE reforça que era um comentário corrente entre os ministros que atuavam dentro do Palácio do Planalto”, registrou a PF.

JORGE RORIZ