ONU – Ultimos oito anos foram os mais quentes em mais de um século

A Organização Meteorológica Mundial fez um alerta a todo o mundo na última  sexta-feira (21). Afirmou que os últimos oito anos foram os mais quentes em mais de um século e meio.

As chances de vencer o aquecimento global estão derretendo. As principais geleiras encolheram cerca de um metro e 30 centímetros em um ano. O nível do mar está aumentando em uma velocidade que é quase o dobro do que era registrado na década de 1990, e os oceanos podem subir entre 50 centímetros e um metro até o fim deste século.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial deu a má notícia:

“Já perdemos este jogo de derretimento de geleiras e de aumento do nível do mar”.
O estudo confirmou que as previsões preocupantes para o clima se confirmaram em 2022. De 2015 a 2022, foi registrado o período de oitos anos mais quente desde 1850.

Dez países europeus e a Nova Zelândia, na Oceania, tiveram as temperaturas mais altas desde a segunda metade do XIX. Ainda não há dados consolidados sobre a concentração dos três principais gases de efeito estufa na atmosfera no ano passado, mas as informações preliminares indicam que eles atingiram níveis recordes em 2021 e continuaram subindo em 2022.

A  temperatura média global de 2022 ficou 1,15ºC acima da era pré-industrial. Vale lembrar que a meta do Brasil para 2030 – assim como a dos demais países que se comprometeram a frear o aquecimento global – é de uma temperatura de até 1,5ºC a mais do que a da era pré-industrial.

O secretário-geral da ONU afirmou que é possível limitar o aumento da temperatura a um grau e meio acima da era pré-industrial, que é a meta do Acordo de Paris. António Guterres alertou que o mundo tem as ferramentas, o conhecimento e as soluções para o problema, mas que não há tempo a perder; é preciso acelerar o ritmo de ações climáticas.

Consequências:

Cientistas têm apontado que o aquecimento global trará graves consequências ao planeta, com impactos ambientais e sociais, como o aumento dos níveis do mar, ondas de calor e desertificação.

As inundações no Paquistão obrigaram 8 milhões de pessoas a migrar. Na Somália e na Etiópia, 1,7 milhão de habitantes tiveram que se mudar por causa da seca. As condições de vida de outros 95 milhões que já tinham se deslocado em vários países pioraram ao longo de 2022.

Fontes: JN, O Globo

JORGE RORIZ