Operação dragão – Advogado movimentou milhões

O advogado Rodrigo Tacla Duran é o principal alvo da 36ª fase da Operação Lava Jato.

“Rodrigo Tacla Duran atuou durante longo período junto ao Setor de Operações Estruturas da Odebrecht e nesse âmbito, manteve, foi o controlador, o administrador de mais de 12 contas abertas no exterior em nome de offshores. Contas nas quais recebeu dezenas de milhões de dólares”, explicou o procurador da República Roberson Pozzobon.

Os executivos da Odebrecht, entre eles seu presidente afastado Marcelo Bahia Odebrecht, negociam acordo de delação premiada com a Lava Jato.

“(Tacla Duran) Ele servia como elo de dois contextos criminosos: ele ligava os corruptores de um lado, aos corrompidos do outro lado. Por ser um elo, podem ser muito ricas as provas que venham a ser apreendidas nos mandados de busca e apreensão em suas empresas. Porque ele faz a interface entre quem corrompe e quem é corrompido.”

Foram realizadas 16 buscas em São Paulo, Paraná e no Ceará

Tacla Duran e Adir Assad – já preso e condenado na Lava Jato – teriam gerado mais de R$ 50 milhões em propinas para a Odebrecht, UTC e Mender Juninor – empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás.

Por meio dessas (contas), ele disponibilizada recursos para doleiros e estes, como Adir Assad, pudessem gerar recursos no Brasil, que eram utilizados para os pagamentos de propina”, explicou o procurador.

O nome da operação foi uma referência ao codinome usado pelo Setor de Operações Estruturas da Odebrecht, o “departamento da propina”, usada para identificar as finanças relacionadas a Tacla Duran. Em planilhas apreendidas com a secretárias e delatora Maria Lucia Tavares, é possível ver o registro de valores lançados à “Dragão”.

. (AE)

JORGE RORIZ