JORGE RORIZ.

Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 19/10/ 2016 estima em mais de 900 milhões o número de pessoas vivendo em favelas em todo o mundo hoje.
Segundo o livro, “Um país chamado favela” de autoria de Renato Meirelhes e Celso Athayde, em 2013 existiam no Brasil 11, 7 milhões de pessoas vivendo em favelas. Atualmente os números são maiores.

De modo geral a saúde pública no país tem sérios problemas mas nas favelas o problema se agrava.
A falta de saneamento básico, coleta de lixo regular, dificil acesso de veículos para transporte dos doentes, o alto índice de violência e o perigo dos deslizamentos de terras na época de chuva, são fatores que impacta de forma violenta na saúde dos moradores dessas localidades.
As doenças de maior evidência nas favelas são: leptospirose, verminose, dependência química de drogas lícitas e ilícitas e problema mentais.

A frequente exposição à contaminação ambiental durante as fortes chuvas e enchentes são considerados fatores fundamentais para a ocorrência das epidemias de leptospirose em área urbana.
Os transbordamentos de águas causam as inundações e aumentam o risco da proliferação desta doença.
Não possuindo um sistema de tratamento pluvial e de redes de esgotos adequados, bem como uma coleta de lixo periódica, a leptospirose apresenta-se em nível bastante acentuado nos moradores , uma vez que os vetores da doença encontram nestes ambientes condições propícias para se proliferarem.

Outro fator que impacta na saúde é a falta de recursos financeiros para o deslocamento até a unidade de saúde devido a dificuldade de locomoção e e localização geográfica da favela .
Muitas favelas são controladas por traficantes e a droga é matéria-prima para o “trabalho “ de muitos que além de venderem, consumidores e dependentes químicos.

Pesquisadores afirmam que existem um elevado número de pessoas com hipertensão e depressão são causadas pelo impacto que a violência causa nas pessoas das favelas em virtude do clima de apreensão e medo. A qualquer momento, pode ocorrer um tiroteio ou até mesmo batidas policias nas residências à procura de armas, drogas ou de foragidos.
O elevado nível de violência é tão grave que os postos de saúde são periodicamente fechados em virtude do medo de assaltos dentro do posto de saúde ou por ordem de toque de recolher dos chefes de tráficos.

Outro problema de saúde frequente são as doenças mentais. Joana Thiesen, psiquiatra que trabalha na Clínica da Família na Rocinha, afirmou:
“A juventude é apenas um objeto de política da saúde para falar sobre gravidez e drogas. Então estes jovens estão vivendo um dia a dia extremamente dramático, com problemas de estômago, problemas de saúde mental, sem perspectiva na vida, pressão alta, obesidade… E para estes jovens não têm um programa de cuidado específico para eles ou para elas”.
A estigmatização das populações por se sentirem marginalizadas, potencializa problemas psiquiátricos e emocionais.

Urge  providências governamentais para resolver ou amenizar o sofrimento da população  que  não possui condições ambientais e financeiras adequadas para ter uma boa saúde.

JORGE RORIZ