Palocci pede suspeição de Moro em processo da Lava Jato

O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci e o seu assessor Branislav Kontic, o Brani, ambos presos em Curitiba pela Operação Lava Jato, pediram ao juiz federal Sergio Moro sua suspeição para atuar no processo da Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, que os tem como alvos. Assinado pelos advogados Guilherme Octávio e José Roberto Batocchio, que defendem Palocci e Brani, o documento ataca uma recomendação que Moro costuma dar à Polícia Federal ao estender prazos para a conclusão de inquéritos policiais da operação: “Alerto que não haverá nova prorrogação e é desejável que não seja utilizado todo o prazo”. Ao pedir a suspeição, a defesa quer, na prática, que o magistrado deixe a condução do processo.

Os advogados argumentam que, como o inquérito é presidido pela PF, Moro é parcial ao “alertá-la” e questionam “desejável por quem e por quê? Qual o interesse subjacente? O que poderia justificar essa postura senão sugestivo interesse na causa?” e “como se explicar que o órgão jurisdicional – que deve ser imparcial e equidistante, repita-se – “desejar” que as investigações sejam logo concluídas, interferindo nos critérios de quem legalmente preside o inquérito?”.

Após citar oito juristas e a jurisprudência que validariam sua tese, a defesa pede que todos os autos sejam “encaminhados ao juiz natural, imparcial, para que então seja dado prosseguimento ao feito”. ( VEJA)

JORGE RORIZ