PF prende integrantes de grupo que atuava no tráfico interestadual de drogas

Em seis meses de investigação, a quadrilha interestadual de tráfico de drogas alvo da Operação Estufa , da Polícia Federal (PF) em Pernambuco, conseguiu acumular um patrimônio considerado grande pela corporação a fim de camuflar a atividade ilegal. Nesse período os investigados compraram um posto de gasolina, uma concessionária de veículos, um clube de futebol society, um lava-jato e uma mansão com piscina que era usada inclusive para armazenar a droga. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa hoje (14) de manhã.

Foram apreendidos 150kg de maconha, 20kg de pasta base de cocaína, 500g de crack, sete armas de fogo, dois carros (um Volkswagen Jetta e um Chevrolet S-10), duas carretas de transporte de combustível e R$ 8,5 mil em dinheiro.  A Polícia Federal expediu  15 mandados de prisão preventiva, cinco mandados de condução coercitiva e 21 mandados de busca e apreensão. Até a publicação desta reportagem 12 dos 15 acusados já tinham sido detidos. Dois dos mandados tinham como alvo suspeitos na Paraíba, um em João Pessoa e outro no município de Conde. Participaram  hoje da operação 120 policiais federais de Pernambuco,  da Paraíba e  de Alagoas. A quadrilha atuava nos estados da Bahia, do Rio Grande do Norte e da Paraíba e de Pernambuco.

De acordo com o superintendente da PF em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, enquanto os estabelecimentos eram usados para lavar o dinheiro do tráfico, imóveis e veículos de luxo serviam também para negociar o pagamento de droga. “Eles tinham estrutura bem organizada, uma hierarquia, um aspecto familiar que até propriciava mais confiança entre eles no grupo e também uma estrutura de imóveis, veículos e dinheiro que possiblitava adquirir mais ou vender a maconha, a cocaína que recebiam de forma mais ágil. Tinha um formato de empresa mesmo”, diz.

Durante as investigações, a delegada Adriana Vasconcelos relata que eles puderam acompanhar a negociação de um flat na Praia de Boa Viagem, bairro com muitos prédios de alto padrão no Recife, que envolvia a troca por caminhão e um veículo menor, tudo para dificultar o rastreamento da origem do dinheiro. Outra característica é o uso e a armazenagem de dinheiro pela quadrilha.

Boa parte dos valores em dinheiro movimentado com o tráfico não é bancarizado. Fica complicado determinar valores. Numa das situações de flagrante houve apreensão de R$ 30 mil em espécie que estava em um ponto de distribuição de drogas, quando a gente sabe que estes pontos não mantém por muito tempo o dinheiro”, afirma a delegada.

Segundo o superintendente Marcello Diniz, o negócio era feito em família. “Até para ter vínculo maior de confiança, tem esposa com marido, filho, parentes,  e irmãos. Amigos e também laranjas para dissimular o patrimônio adquirido”. A quadrilha também demonstrava ser violenta. “Durante a investigação foi detectado que determinados elementos buscavam matar eventuais concorrentes ou aqueles que não estavam saldando a dívida. Ainda está sendo averiguado, mas tudo indica que foram só tentativas. A pessoa ficou ferida mas não chegou a morrer”, conta.

Tráfico atacadista

A organização investigada atuava como “atacadista” no mercado de drogas, segundo a PF. O grupo comprava em grande quantidade diretamente dos produtores ou de atravessadores que colocavam a substância no Brasil. Depois, transportavam a droga no meio de cargas regulares de caminhões, como em sacas de alimento, e armazenavam em galpões nos municípios de Igarassú, Paulista e Olinda, da Região Metropolitana do Recife (RMR), e até mesmo em uma mansão com piscina localizada na zona rural do município de Igarassú.

“Em uma segunda situação flagrancial nos deparamos com uma operação diretamente envolvida na organização. Pouco mais de duas toneladas de maconha foram apreendidas quando chegavam em um galpão de armazenamento, em Paulista [município de Pernambuco]. E mais 200 quilos da droga que já estavam preparados para sair em um veículo menor para entrega”, conta a delegada Adriana Vasconcelos. O primeiro flagrante ocorreu em setembro do ano passado, em um ponto de venda de drogas no Paulista que chamou a atenção da Polícia Federal e foi o ponto inicial da investigação.

Foram expedidos 15 mandados de prisão preventiva, cinco mandados de condução coercitiva e 21 mandados de busca e apreensão. Até a publicação desta reportagem 12 dos 15 acusados já tinham sido detidos. Dois dos mandados tinham como alvo suspeitos na Paraíba, um em João Pessoa e outro no município de Conde. Participaram  hoje da operação 120 policiais federais de Pernambuco,  da Paraíba e  de Alagoas. A quadrilha atuava nos estados da Bahia, do Rio Grande do Norte e da Paraíba e de Pernambuco.

Edição: Valéria Aguiar/ Agência Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

JORGE RORIZ