Polícia cumpre 29 mandados de busca em ação contra pedofilia no Rio

A Polícia Civil realizou hoje (30) uma operação de combate à pedofilia e abusos sexuais contra crianças e adolescentes, na Baixada Fluminense. A ação, batizada de Haziel (anjo protetor das crianças), teve a finalidade de cumprir 29 mandados de busca e apreensão. De acordo com a Polícia Civil, oito pessoas foram presas até o momento.

A ação teve como alvo pedófilos que atuam principalmente nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nova Iguaçu e Seropédica, onde a quantidade de ocorrência desses crimes subiu muito nos últimos meses.

As investigações duraram cinco meses e decorreram de várias denúncias de abusos sexuais praticados em Duque de Caxias. Vinte e nove alvos foram identificados. Segundo a polícia, são pessoas comuns, que moram na Baixada, e que fazem por contra própria os vídeos dentro de suas residências e vendem o material.

Os investigadores usaram recursos de informática para rastrear a navegação dos pedófilos na internet. Ao longo das investigações, fotos e vídeos com crianças foram encontradas, inclusive, vídeos envolvendo sexo com bebês.

Segundo a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Caxias, Fernanda Fernandes, os criminosos conhecem as crianças, começam a ganhar a confiança delas e passam a fazer a produção do material. Normalmente, são pessoas ligadas à família das vítimas.

“Eles têm a oportunidade de estarem a sós com essas crianças e bebês e praticam esse tipo de crime. Tem criminoso que trabalha, tem família, tem filho, convive com sobrinhos, com parentes. Um preso trabalha em um supermercado. Infelizmente, a pedofilia não tem cara. E o pedófilo pode estar mais próximo de você do que se pensa”, avaliou a delegada.

Entre os presos, está também o policial militar reformado José Carlos Nascimento, preso em flagrante após exames feitos pelos agentes em seu computador. De acordo com a polícia, ele baixava constantemente vídeos de pedofilia.

As penas podem chegar a 18 anos de prisão e podem tipificar variadas condutas: armazenar material de pornografia infantil, que prevê pena de 4 anos; disponibilizar vídeos na internet, com pena que pode chegar a 6 anos; e produzir conteúdo, punível com 8 anos de prisão.

JORGE RORIZ