O representante de bebidas brasileiras lembrou o fechamento de mais de 600 indústrias de bebidas em 20 anos para alertar representantes do setor e o governo sobre os prejuízos provocados pelo que ele classifica como “monopólio setorial”. Segundo ele, a consequência da alta concentração de mercado, liderada por Coca-Cola, Ambev e Heineken, é a formação da discrepância concorrencial e do poder econômico.
“Um exemplo clássico é a influência que essas poucas empresas detêm junto ao Poder Executivo, que, por sua vez, desenvolve políticas públicas direcionadas justamente para satisfazer os interesses individuais deles”, critica Bairros, sobre o lobby praticado por multinacionais de bebidas.
De acordo com o executivo de bebidas, no passado, o mercado de refrigerantes era mais dividido, e pequenas as empresas chegavam a deter mais de 30% do mercado. Hoje, a participação de pequenas e médias indústrias de bebidas resulta em menos da metade.
“Eram mais de 800 fábricas regionais espalhadas por todos os estados da Federação. Hoje, esse número não chega a 200”, lamenta o líder empresarial. “Duro de entender que essa situação não se deu de forma natural, e sim através dos interesses individuais de poucas empresas globalizadas e, o pior disso tudo, o poder público participou ativamente para promover essa concentração”, completa ele.