Queda de Bolsonaro não é apenas no Banheiro é na aceitação popular

Pesquisa popularidade governo Bolsonaro

IBOPE

Comentário – Fábio Vasconcellos, professor da ESPM

“De uma maneira geral, essa e outras pesquisas de opinião têm demonstrado que o governo e o presidente vêm perdendo capital político de maneira muito sistemática, embora, o ritmo tenha sido um pouco menor nos últimos meses. Há muitos componentes que ajudam a formar essa percepção geral. O primeiro deles é que é esperada uma redução dos índices de aprovação entre o fim da eleição e o início do governo. É um momento de ajuste entre percepção sobre o candidato vitorioso e a percepção sobre a figura do presidente e do governo.

Após a eleição, a população começa a ter acesso a uma série de informações sobre o desempenho do governo. Isso sempre leva a inflexões nas avaliações. Sendo assim, todo governo, portanto, precisa aplicar um plano de comunicação que busque minimizar os efeitos das notícias negativas sobre o desempenho do governo e, por outro lado, que enfatize aquelas notícias positivas das políticas implementadas. No caso do governo Bolsonaro, entendo que não existe nenhuma uma coisa, nem outra. Ou, na melhor das hipóteses, se existe uma estratégia de comunicação ela tem sido muito mal pensada. As crises que o presidente gerou nesse primeiro ano, fruto do seu comportamento errático, sugerem exatamente isso. Se por um lado algumas das suas falas serviram para segurar os eleitores mais bolsonaristas, por outro lado gerou e vem gerando perdas nos outros segmentos.

Deixando de lado a dimensão da comunicação do governo, é preciso ressaltar dois outros aspectos igualmente importantes. A economia, embora tenha dado sinais positivos nos últimos dois ou três meses, indica que ainda são sinais raquíticos, sem efeitos generalizados. Ou seja, essa possível melhora precisa não só ser consistente no tempo, como chegar ao cidadão comum, mudar a sua vida. A melhora na economia é quase sempre um fator determinante na avaliação do desempenho dos governos. Não podemos esquecer também que várias áreas do governo, como meio ambiente, educação, cultura, etc, também criaram mais problemas do que ações positivas. Portanto, é esse conjunto de fatores que orientam a formação dessa percepção dos eleitores. Eles estão sinalizando com essa percepção que a vida não está boa e o atual governo não tem feito nada ou quase nada para que isso mude.”

Sobre a ESPM

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JORGE RORIZ