Rebaixamento do Brasil e perda do grau de investimento é inevitável

Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina:

“Evitar o rebaixamento do Brasil por mais uma agência de classificação de risco é tarefa quase impossível, e isso pode ocorrer, na conta de analistas e economistas, até o primeiro trimestre do ano que vem. A passagem de grau de investimento, que equivale a um selo de bom pagador, para junk (grau especulativo, com maior risco de calote) deve levar investidores a venderem parte dos ativos financeiros atrelados ao país — as projeções chegam a US$ 20 bilhões. Além disso, o custo de captação de recursos ficará mais elevado para as empresas, em um momento de crise econômica interna e perspectiva de juro maior nos Estados Unidos.

A Standard & Poor’s (S&P) retirou o grau de investimento do Brasil no dia 9 de setembro, e na quarta-feira a Moody’s alertou que pode fazer o mesmo em até três meses. O país também é considerado bom pagador pela Fitch, outra agência que prepara a revisão da nota do Brasil. O problema é que alguns fundos de investimento globais têm como regra aplicar apenas em papéis que tenham o selo de bom pagador em duas agências. Sem esse aval, a expectativa é que ocorra uma venda forçada (o chamado sell off) de títulos brasileiros negociados no exterior.

DECISÃO PODE OCORRER NO 1º TRIM/2016(…) “O setor bancário seria um dos mais pressionados, com US$ 12 bilhões em títulos sob o risco de sell off. Para o português Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina, a maior parte dos investidores já se antecipou a um eventual downgrade. — Esses gestores não esperam um rebaixamento para agir. Na verdade, esse movimento já está acontecendo. A perda do grau de investimento, então, não representará surpresa, já está no preço dos ativos. Os investidores já vêm protegendo sua exposição ao risco do Brasil — afirmou Ramos,

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JORGE RORIZ