Recuperação se espalha e chega a mais de 60% dos setores da indústria

Produto Interno Bruto do Estado de São Paulo cresceu 1,6% em 2017, o 1º crescimento desde 2013’.

A indústria brasileira – que em 2017 voltou a crescer depois de três anos de queda – está vendo a recuperação se disseminar. O crescimento da produção industrial, no ano passado, foi além do setor automotivo, principal responsável pela retomada da indústria. Segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados do IBGE, 58 dos 93 segmentos – 62% do total – apresentaram resultados positivos.

O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.

A produção de veículos respondeu por metade da alta de 2,5% registrada pela indústria no ano passado. O bom desempenho acaba se refletindo em outros segmentos, como o de equipamentos de áudio e vídeo, borracha e plástico, têxteis e metalurgia. “O sinal é positivo e disseminado. Há um conjunto de desdobramentos e de relações intersetoriais que vão além do que a gente identifica como setor automotivo”, diz o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin.

Mas não é só a cadeia em torno da produção de veículos que tem se beneficiado. Fabricantes de equipamentos de informática, por exemplo, ou de comunicação também cresceram no ano passado (veja mais na pág. B6). Na zona sul de São Paulo, uma fabricante de leitores de código de barras registrou um faturamento 20% maior em janeiro deste ano, na comparação com 2016. “Se continuar assim, vamos precisar rever o planejamento para o ano”, diz Marcos Canola, sócio e diretor comercial da Nanus.

O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.

Além de mais disseminado no fim do ano passado, o crescimento da produção industrial brasileira superou dois dígitos em 16 dos 93 segmentos da indústria.

“Quem cresce mais hoje na verdade é quem mais caiu ao longo da crise”, diz o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin.

Boa parte desse crescimento veio das exportações, que aumentaram 46,5%, totalizando 762 mil unidades, quase 30% dos 2,699 milhões de veículos que saíram das linhas de montagem no ano passado, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O impulso da indústria automobilística continuou em janeiro. As fabricantes de veículos produziram 216,8 mil unidades no mês passado, alta de 24,6% em relação a igual mês de 2016, mostra o balanço da Anfavea.
Os sinais são a inflação controlada e o cenário mais favorável para a tomada de crédito, com taxas de juros menores e famílias com menos dívidas. Os primeiros dados de melhora no mercado de trabalho também servem para aumentar a confiança do consumidor e impulsionar o consumo.

JORGE RORIZ