O rombo dos fundos de pensões

O deputado Izalci (DF) afirmou nesta terça-feira (6) que o rombo nos fundos de pensão das estatais é mais uma herança maldita deixada pelo governo do PT. Juntos, Funcef, Previ, Petros e Postalis respondem por 68% do déficit do sistema. De acordo com o jornal “O Globo”, o valor chega a R$ 53,1 bilhões.
A má gestão e os prejuízos nos fundos levaram à deflagração da Operação Greenfield, da Polícia Federal, nessa segunda-feira (5). Cinco pessoas foram presas e 28 conduzidas coercitivamente. Além disso, foram bloqueados R$ 8 bilhões de investigados. A operação apura gestão temerária e fraudulenta. Representação do PSDB entregue ao Ministério Público em 2014 denunciava as fraudes.
Segundo Izalci, o problema foi levantado durante a CPI que investigou os fundos de pensão na Câmara. “Tudo aquilo que envolvia recurso durante a administração do PT teve irregularidades. Isso já fazia parte do esquema do projeto de poder do partido para aparelhar e saquear o Estado”, afirmou o tucano.

O déficit acumulado de todo o sistema de fundos encerrou 2015 em R$ 77,84 bilhões, segundo os dados da Superintendência Nacional de Previdência Complementar. A Petros, dos funcionários da Petrobras, tinha um déficit acumulado de R$ 23,1 bilhões no fim de 2015. Apenas no ano passado, a perda do plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP, principal plano da estatal) foi de R$ 16,1 bilhões.
Já a Funcef, fundo dos funcionários da Caixa, fechou 2015 com um déficit acumulado de R$ 12,4 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões foram acumulados apenas no ano passado. No Postalis, o déficit acumulado era de R$ 5,7 bilhões até novembro de 2015. A Previ apresentou déficit acumulado de R$ 16,1 bilhões em 2015.
Em sua página no Facebook, o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), alertou que a conta da má gestão vai sobrar para os trabalhadores. “Depois da cobrança de propina em empréstimos para aposentados endividados, a sanha petista avançou sobre os fundos de pensão da Caixa, Banco do Brasil, Correios e Petrobras. Para cobrir o rombo dos R$ 8 bilhões desviados e mais R$ 53 bilhões de prejuízo nesses fundos, seus os funcionários terão de contribuir mais para garantir suas aposentadorias”, lamentou.
CPI APUROU DESVIOS
Izalci ressalta que a descoberta do gigantesco rombo nos fundos não foi nenhuma surpresa, já que os relatórios da CPI já sinalizavam esses desvios. O parlamentar acredita que fundos de outros órgãos também podem apresentar irregularidades.
“Se apurarmos em todas as estatais, pode ter certeza que acharemos os mesmos investimentos porque era tudo coordenado pelo Planalto. As nomeações e indicações eram todas partidárias e não havia só o aparelhamento, mas também toda orientação de aquisição de investimento superfaturado. Isso tudo era orientação do próprio governo”, justificou.
De fato, como mostra o jornal “O Estado de S.Paulo”, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras esteve sob o comando direto de sindicalistas do PT, de 2012 a 2014, período em que foram tomadas decisões de investimento consideradas de alto risco e de retorno financeiro duvidoso.
Já a Previ teve nos últimos anos em seu comando quatro presidentes: Sérgio Rosa, Ricardo Flores, Dan Conrado e Gueitiro Genso. Ex-sindicalista e diretamente ligado ao PT, Rosa presidiu o maior fundo de pensão do país por dois mandatos, desde o início do governo Lula, em 2003, até 2010.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola/

JORGE RORIZ