Se Anvisa aprovar vacina chinesa e Bolsonaro não fizer a compra ele pode ser impichado

Um pedido, assinado pelo PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania, chegou ao STF para obrigar o presidente Bolsonaro a colaborar com o desenvolvimento de toda e qualquer vacina contra a covid-19, em pesquisa no País.

“Nosso entendimento é que o presidente descumpre direitos fundamentais previstos na Constituição quando faz declarações desautorizando o seu ministro da Saúde e afirmando que não vai permitir a compra de doses da vacina Coronavac, uma parceria entre a China e o nosso Instituto Butantan, conhecido por sua competência. Isso é um total descaso com a vida”, disse a líder do PCdoB na Câmara, Perpetua Almeida (AC).

Se for comprovado que realmente a vacina pode imunizar a população do novo coronavírus, uma atitude de Bolsonaro para barrar o financiamento poderia ser enquadrada como crime de responsabilidade ou até mesmo crime comum, de acordo com o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

A judicialização do assunto já estava sendo esperada pelo STF.

“Podem escrever, haverá uma judicialização, que eu acho que é necessária, sobre essa questão da vacinação. Não só a liberdade individual como também os pré-requisitos para se adotar uma vacina. Não estou adiantando ponto de vista nenhum, estou apenas dizendo que essa judicialização será importante”, disse o ministro do STF, Luis Fuz

Anvisa não vai aceitar pressão para reprovar vacinas.

“Os servidores da Anvisa, investidos em cargos públicos de carreira de Estado, não irão tolerar quaisquer pressões de cunho político ou ideológico no desempenho de seus trabalhos”, diz a Associação dos Servidores da Anvisa.

Impasse criado por Bolsonaro atrasa o inicio da vacinação

“Se nós não tivéssemos essas discussões em curso, era possível que já no início de janeiro nós estivéssemos iniciando esse esquema vacinal”, afirmou o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

 

JORGE RORIZ