O uso de inocentes na política

 

Rogerio Marinho

Os fatos não deixam dúvidas de que partidos e sindicatos esquerdistas são mestres em utilizar estudantes como massa de manobra. Nada pode ser mais torpe do que manipular inocentes para defender interesses corporativos e políticos inconfessáveis. Hoje, no Brasil, contam mais de mil escolas invadidas por alunos e militantes profissionais. É um espetáculo deprimente! As reivindicações dos mesmos são puramente negativas. Eles seriam contra a reforma do ensino médio e a PEC 241, já aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados.

Temos discorrido sobre a importância de qualificar o ensino médio, flexibiliza-lo e diversifica-lo. Exatamente é o que propõe o governo na dita reforma. É consenso técnico e político a necessidade de reformar esta etapa de ensino e aplicar medidas que já foram há muito tempo implementadas por nações com educação de alto desempenho e valor.

Vejamos alguns dados que mostram indubitavelmente a precariedade do ensino médio regular. Os números são do próprio MEC e fazem parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. Na rede pública brasileira, em 2015, foram reprovados 20,2% dos estudantes de ensino médio. Considerando todas as redes de ensino do RN houve reprovação de 26,1% dos estudantes secundaristas, ou seja, mais de um quarto do total. Na rede estadual do RN o problema é ainda mais grave: 30,6% de reprovados.

Sobre resultados dos testes aplicados em 2015 de Matemática e Língua Portuguesa a realidade é de pouco aprendizado. Os secundaristas não estão sendo formados adequadamente para seguirem seus estudos ou entrarem no mercado de trabalho. É um verdadeiro limbo.

Em Matemática nenhuma rede de ensino do nosso Estado alcançou a nota mínima esperada, nem mesmo a rede privada, que ficou quase 55 pontos abaixo do mínimo. Os alunos da rede estadual do RN auferiram 247,4 pontos, isto é, 102,6 pontos abaixo do mínimo esperado. É uma situação calamitosa de falta de aprendizado. Para efeito de comparação, chamamos atenção de que estudantes da rede pública nacional obtiveram 260 pontos, ou, a 90 pontos de alcançar o mínimo esperado.

Ainda, alunos da rede estadual de ensino médio do RN alcançaram, em média, 243,9 pontos no teste de Língua Portuguesa; número aquém 56,1 pontos da média mínima esperada. No período entre 2005 e 2015 a média obtida pelos estudantes da rede estadual cresceu apenas 11,2 pontos. A nota média auferida pelos estudantes brasileiros de rede pública foi de 260,9 pontos, ou seja, 39,1 pontos abaixo da média mínima.

Os esforços do setor educacional, corpo docente, discente e sindicatos, deveriam estar concentrados em superar a imensa precariedade de qualidade existente no ensino brasileiro. Melhor do que invadir escolas e depreda-las seria encarar os desafios de qualificação desta etapa importante para os jovens brasileiros, afinal o que defendem os que invadem as escolas? A catástrofe do atual sistema de ensino que reproduz a mediocridade?

A reforma do ensino médio é mais do que bem-vinda, é uma atitude governamental há muito esperada e ansiada por aqueles que pensam no futuro do País. Precisamos superar o atrelamento vergonhoso do setor educacional a interesses escusos daqueles que foram apeados do poder e se utilizam de inocentes para causar tumultos e afrontar as medidas necessárias para tirar o Brasil do atoleiro. Chega de manipulação e exploração de estudantes. É preciso dar um basta neste verdadeiro crime que estão cometendo contra a nação brasileira.

JORGE RORIZ