Vacina desenvolvida em Oxford induz à criação de anticorpos contra coronavírus

O estudo mostrou que 90% das pessoas desenvolveram anticorpos neutralizantes após uma dose. Apenas dez pessoas receberam duas doses e todas produziram anticorpos neutralizantes.

Testes envolvendo 1.077 pessoas mostram que a vacina resultou na produção de anticorpos e células T que podem combater o coronavírus.
Enquanto estudos mais amplos estão em andamento, o Reino Unido já encomendou 100 milhões de doses da vacina.

A vacina contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida na Universidade de Oxford, tem a capacidade de induzir a criação de anticorpo contra a doença. É o que mostram resultados preliminares, divulgados na revista científica The Lancet nesta segunda-feira, 20.

Os dados dizem respeito às fases 1 e 2 do desenvolvimento da vacina.

De acordo com os resultados de um teste feito com um sub-grupo de 10 pessoas, os efeitos poderiam ser ainda mais positivos depois de uma segunda dose da vacina.

O grupo de controle foi vacinado contra a malária.

A pesquisa mostra que a vacina pode causar efeitos colaterais, mas estes podem ser reduzidos com uso de paracetamol. Entre os sintomas mais sentidos estão fadiga, sentida por 70% dos participantes, e dor de cabeça, relatada por 68%. Segundo o estudo publicado na The Lancet, não houve efeitos adversos significativos.

Os anticorpos atingiram o pico após 28 dias após a aplicação da vacina e se mantiveram no mesmo patamar até o dia 56.

Os autores do estudo afirmam que continuarão com  as pesquisas e a vacina  será testada em idosos.

Ainda é preciso fazer mais estudos para comprovar a eficácia da vacina.

A vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford é a mesma com a qual o governo federal brasileiro fez uma parceria. A terceira fase de testes está sendo desenvolvida no Brasil.

O estudo ainda não foi realizado por tempo suficiente para que se entenda quanto tempo estas respostas podem durar, mostrou o estudo publicado pela revista The Lancet.

Andrew Pollard, do grupo de pesquisa de Oxford, disse à BBC: “Estamos muito satisfeitos com os resultados publicados hoje, pois estamos vendo anticorpos neutralizantes e células T”.

JORGE RORIZ