Witzel diz ter recebido ameaça por causa do caso Marielle

Em sessão tensa da CPI da Pandemia, ex-governador do Rio diz que passou a ser perseguido pelo presidente por causa do caso Marielle.

Com base no habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel pediu para sair da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito nesta quarta-feira. Após o pedido, o presidente da CPI, Omar Aziz, suspendeu os trabalhos do dia. Os senadores ouviam Witzel como parte do processo de análise da condução da pandemia da Covid-19 no Brasil.

Ele ainda relatou que vem sofrendo ameaças de morte e ainda se comparou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ainda vai ser “inocentado” como o petista. Em uma etapa da sessão, Witzel, que se elegeu com uma plataforma ultraconservadora e agora se pinta como um adversário do “extremismo”, afirmou que o governo Bolsonaro é um “chavismo de extrema direita”.

Witzel afirmou à CPI que Bolsonaro se voltou contra ele por causa das suas ambições presidenciais. Ele chegou as afirmar que recebeu um recado de Bolsonaro enviado pelo então ministro da Justiça Sergio Moro.

“Eu achei estranho. Quando eu cheguei na sala do ministro Moro, ele não quis tirar foto comigo, ele não quis anunciar o meu nome e disse que ele não poderia estar dando publicidade à minha presença no Ministério da Justiça. Eu cheguei lá, o ministro Moro disse o seguinte: ‘Ô, Witzel, o chefe falou para você parar de falar que quer ser presidente. E, se você não parar de falar que quer ser presidente, infelizmente, a gente não vai poder te atender em nada, né?’”, contou Witzel.

Em outro momento, Witzel afirmou que Bolsonaro se voltou contra ele por causa do caso Marielle, que é investigado pela Polícia Civil do Rio.

“Tudo isso começou porque eu mandei investigar sem parcialidade o Caso Marielle. Quando foram presos os dois executores da Marielle, o meu calvário e a perseguição contra mim foram inexorável”,

JORGE RORIZ