Estratégia para evitar novas “cagadas”

Por Jorge Serrão  serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Acidentes com grande quantidade de perdas humanas e altos prejuízos materiais geram comoção social, provocam discussões irracionais e dão margem para muitas jogadas de oportunismo político e econômico. Consenso é que o Brasil já passou da hora de tratar de catástrofes com amadorismo, fingindo que resolve as conseqüências, sem cuidar das causas, para evitar novos desastres semelhantes ou mais graves.
É fato objetivo que os concorrentes transnacionais da Vale já agem, nos bastidores, para sabotar a empresa. São eles quem incentivam grandes escritórios de advocacia norte-americanos a pescarem investidores interessados em processar a Vale, pedindo reparação por prejuízos gerados pelo “acidente” (chamemos, por enquanto assim, em Brumadinho). O objetivo evidente é enfraquecer a empresa para adquirir ações na baixa cotação.
Até agora, a Vale tem tomado muita surra da mídia e do mercado. Os mais rigorosos diriam que não poderia ser diferente… Lenta no começo – tal como ocorreu com a tragédia da Samarco, três anos atrás -, aVale parece que começa a reagir. A empresa teria se comprometido a construir barragens de contenção em seus empreendimentos em que haja risco de acidentes.
No Brasil, várias mineradoras, além da Vale, são responsáveis por 3.386 barragens classificadas como de dano potencial alto ou de risco alto. Nada menos que 205 barragens de rejeitos minerais são definidas como de risco alto. O Ministério das Minas e Energia promete fiscalização intensa, depois do desastre de Brumadinho. Além disso, é preciso investir em planos de ação de emergência. Comunicação eficiente e transparência são compromissos fundamentais para que nada de errado volte a se repetir tão “facilmente”.
O Brasil precisa repensar todo o seu modelo de fiscalização. A regra vale para todas as coisas e para todas as pessoas. Interesses econômicos habitualmente falam mais alto que as necessidades humanas. É muito comum, praticamente um vício, a corrupção nos laudos que atestam suposta segurança e na concessão de licenciamentos. Concorrentes mais fortes sabotam os mais fracos. Laudos e licenças saem facilmente para uns, enquanto outros, em situação idêntica, são preteridos. Eis o tal do rigor seletivo, impondo multas, punições e perdões (quando convém, mesmo que o regramento excessivo diga o contrário).
O Brasil urge por um choque de transparência. Também precisa, urgentemente, de um reavaliação e consolidação legal, para deixar claro o que alei permite ou não, de forma o mais objetiva possível, sem necessidade de interpretações (muitas vezes subjetivas) por advogados de grandes bancas, fiscais “poderosos”, membros do Ministério Público e por magistrados. Na prática, o País é ingovernável.
É muita cagada para administrar. Felizmente, o Presidente Jair Bolsonaro voltou a defecar normalmente nesta terça-feira. A esperança é que consiga consertar um Brasil que mais parece um grande saco institucional de colostomia. O País precisa de um Projeto Estratégico de Nação. A necessidade é garantir mais acertos que erros primários, evitando “cagadas” amadoras ou cuidadosamente corruptas.
Prioridades imediatas do Presidente: 1) Cuidar da saúde; 2) Sobreviver, politicamente, à nova composição da Câmara e do Senado, garantindo governabilidade combatendo corrupção (tarefa para filme do Tom Cruise); 3) Fazer seus ministérios agirem coordenados, focados em soluções integradas; 4) Aprovar a tal reforma da previdência, junto com a reforma tributária; 5) Se tudo der certo até aí, focar na elaboração do Plano Estratégico de Nação, em debate interativo com a parte pensante da sociedade, incluindo a oposição, se possível.
Eis a pressão legítima que os segmentos esclarecidos da sociedade precisam exercer sobre Jair Messias Bolsonaro e Antônio Hamilton Mourão – eleitos Presidente e vice para mudar a estrutura do Brasil para melhor.
O resto é papo para jogar fora junto com a bolsa de colostomia.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 30 de Janeiro de 2019.

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